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Zelensky recua e diz que não negociará a “desintegração” ucraniana

Na semana passada, ele admitiu que poderia entregar o controle de regiões separatistas, como Donbass e Crimeia

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Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu Agency via Getty Images
Presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, durante conferência virtual. Ele está sentado diante de uma mesa e usa um notebook, sorrindo- Metrópoles
1 de 1 Presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, durante conferência virtual. Ele está sentado diante de uma mesa e usa um notebook, sorrindo- Metrópoles - Foto: Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu Agency via Getty Images

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou atrás e negou a possibilidade de negociar parte do território do país para obter um cessar-fogo.

Em entrevista à revista britânica The Economist, Zelensky defendeu a soberania ucraniana. Na semana passada, ele admitiu que poderia entregar o controle de regiões separatistas, como Donbass e Crimeia, já anexada ao território da Rússia em 2014, na tentativa de uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin.

“É possível que alguns compromissos, que não arrisquem nossa soberania, sejam feitos para salvar vidas. Mas compromissos que provoquem a desintegração do país, como os que Putin propõe, ou melhor, exige, nunca serão feitos”, frisou.

ONU faz apelo

A Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo para um cessar-fogo humanitário na Ucrânia. Negociadores russos e ucranianos estão reunidos em Istambul, na Turquia, para discutir um possível acordo.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu, nesta segunda-feira (28/3), ao coordenador de Ajuda Emergencial e subsecretário para Questões Humanitárias da ONU, Martin Griffiths, para que busque informações sobre as negociações entre os dois países.

“Converse imediatamente com as partes envolvidas sobre os possíveis acordos e arranjos para um cessar-fogo humanitário na Ucrânia”, recomendou.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

Negociações sérias

Guterres acredita que o contato promoverá “negociações sérias” entre as partes e será uma forma de evitar novos bombardeios.

O secretário-geral da ONU disse estar preocupado com a oferta de alimentos aos países mais pobres. A Ucrânia é um importante exportador de trigo e a guerra impactou na inflação global.

Questionado sobre o risco de uso de armas nucleares ou biológicas, o secretário-geral da ONU disse que “não poderia imaginar algo nesse cenário”. “Acredito que isso será evitado e precisa ser evitado”, enfatizou.

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