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Zelensky pede “armas pesadas” para tentar combater em Mariupol

Para o presidente ucraniano, a situação em Mariupol é “desumana”. Cidade está sitiada há mais de 40 dias

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Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, em meio à autoridades do governo e primeiros-ministros tcheco e polonês. Ele olha para o lado e usa traje esportivo em cor militar - Metrópoles
1 de 1 Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, em meio à autoridades do governo e primeiros-ministros tcheco e polonês. Ele olha para o lado e usa traje esportivo em cor militar - Metrópoles - Foto: Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu Agency via Getty Images

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu aos aliados que forneçam “armas pesadas” para combates em Mariupol. A cidade está sitiada há mais de 40 dias.

Neste domingo (17/4), Zelensky insistiu que os líderes de outros países devem fornecer armas “imediatamente” ou intervir para forçar a Rússia abrir uma nova rodada negociações.

Para o presidente ucraniano, a situação em Mariupol é “desumana”. Sitiada há mais de 40 dias e sob fortes bombardeios, a cidade se tornou o maior retrato da devastação que uma guerra pode causar.

Cidade em colapso

O local, antes habitado por mais de 400 mil pessoas, agora se tornou uma região fantasma. A Rússia tomou o controle de todas as áreas urbanas ou do que sobrou delas. O confronto completa, neste domingo (17/4), 53 dias.

Imagens de prédios em ruínas e ruas destruídas passaram a rodar — e assombrar — o mundo. Milhares de civis fugiram da cidade. Os que resistiram, vivem em condições desumanas.

Nas últimas 30 horas, Mariupol se tornou epicentro da crise na Ucrânia. A tensão cresceu de tal forma, que até ameaça de matança de soldados foi feita.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em entrevista ao portal de notícias Ukrainska Pravda, classificou a situação na cidade como “muito difícil”. “Nossos soldados estão bloqueados, os feridos estão bloqueados. Há uma crise humanitária”, admitiu, nesse sábado (16/4).

O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, afirmou que apenas “alguns soldados ucranianos ainda estariam ocupando uma fábrica na periferia de Mariupol”.

Pressionando pela rendição, o líder separatista pró-Rússia de Donetsk, Denis Pushilin, ameaçou “eliminar” todos os soldados na cidade. “Os nacionalistas, ou seja, os membros do batalhões nacionalistas, parecem não ter intenção de se renderem”, frisou Pushilin em Mariupol.

No meio da desgraça, o homem mais rico da Ucrânia, o empresário Rinat Akhmetov, prometeu reconstruir a cidade. “Mariupol é uma tragédia global e um exemplo global de heroísmo. Para mim, tem sido e será sempre uma cidade ucraniana”, frisou.

Combates

A cidade portuária vive o recrudescimento dos combates, onde tropas russas e ucranianas se enfrentam pelo controle do local.

Na sexta-feira (15/4), a Rússia admitiu que usou mísseis de longo alcance para atacar. É a primeira vez que esse tipo de armamento é usado na cidade. A informação foi divulgada pelo porta-voz do Ministério da Defesa da Ucrânia, Oleksandr Motuzyanyk.

Enquanto uma trégua fica cada vez mais improvável, autoridades ucranianas acusaram o exército russo de matar 21 mil pessoas em Mariupol.

Segundo a prefeitura, 90% dos prédios foram danificados, e 40%, destruídos, incluindo hospitais, escolas, creches e fábricas.

Sob ataques constantes e em colapso, a cidade é o último grande centro ucraniano a resistir na faixa entre a Crimeia e o território russo.

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entidade militar liderada pelos Estados Unidos.

Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Zelensky, em 24 de fevereiro.

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Otan é a sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar intergovernamental criada em 4 de abril de 1949, após o final da Segunda Guerra Mundial
Os países signatários do tratado, na época, eram a Bélgica, França, Noruega, Canadá, Islândia, Países Baixos, Dinamarca, Portugal, Itália, Estados Unidos, Luxemburgo e Reino Unido
Quando criada, reunia países ocidentais e capitalistas, liderados no contexto da bipolaridade formada entre os Estados Unidos (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no período da Guerra Fria
A Otan tinha por objetivos impedir o avanço do bloco socialista no continente europeu, fazendo frente à URSS e a seus aliados da Europa Oriental, além de fornecer ajuda mútua a todos os países membros
A aliança era baseada em três pilares: a defesa coletiva dos Estados membros, impedir o revigoramento do militarismo nacionalista na Europa, e encorajar a integração política europeia
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Divulgação/Otan
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Otan é a sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar intergovernamental criada em 4 de abril de 1949, após o final da Segunda Guerra Mundial

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Os países signatários do tratado, na época, eram a Bélgica, França, Noruega, Canadá, Islândia, Países Baixos, Dinamarca, Portugal, Itália, Estados Unidos, Luxemburgo e Reino Unido

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Quando criada, reunia países ocidentais e capitalistas, liderados no contexto da bipolaridade formada entre os Estados Unidos (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no período da Guerra Fria

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A Otan tinha por objetivos impedir o avanço do bloco socialista no continente europeu, fazendo frente à URSS e a seus aliados da Europa Oriental, além de fornecer ajuda mútua a todos os países membros

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A aliança era baseada em três pilares: a defesa coletiva dos Estados membros, impedir o revigoramento do militarismo nacionalista na Europa, e encorajar a integração política europeia

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O período de bipolaridade entre EUA e URSS dividiu o mundo. Os dois países e seus respectivos aliados mantinham-se em alerta para eventuais ataques bélicos

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A Otan investiu em tecnologia de defesa, na produção de armas estratégicas e também espalhou pelas fronteiras soviéticas sistemas de defesa antimísseis

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Na fase final da Guerra Fria, a organização passou a assumir novos papéis. Em 1990, sob ordem do Conselho de Segurança da ONU, a Otan interveio no conflito da ex-Iugoslávia. Foi a primeira vez que agiu em território de um Estado não membro

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Em 2001, a Otan anunciou a aplicação do princípio da segurança coletiva: um ataque feito a um país membro seria um ataque contra todos os demais

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Como os ataques terroristas ocorridos em setembro de 2001 foram considerados atos de guerra pelo governo norte-americano, a cláusula foi acionada. Por esse motivo, a organização participou da invasão ao Afeganistão

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Além de ver o terrorismo como nova ameaça, a Otan colaborou com operações de paz e realizou ajuda humanitária, como aos sobreviventes do furacão Katrina, em 2005

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Soldados da Otan também realizaram operações militares em zonas conflituosas do mundo, como o Bálcãs, o Oriente Médio e o norte da África

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Atualmente, a aliança é composta por 32 países, localizados principalmente na Europa

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Bósnia e Herzegovina, Geórgia e Ucrânia são os três países classificados como “membros aspirantes” à organização. Porém, para a Rússia, a perspectiva da antiga república soviética Ucrânia se juntar à Otan é impensável

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