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Zelensky pede ajuda ao Parlamento italiano e faz apelo ao papa

O presidente da Ucrânia alertou que o objetivo da Rússia é avançar para o restante da Europa e pediu mais sanções

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presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, realiza uma conferência de imprensa em Kiev, Ucrânia
1 de 1 presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, realiza uma conferência de imprensa em Kiev, Ucrânia - Foto: Emin Sansar/Anadolu Agency via Getty Images

Ajuda internacional e apelo ao Papa Francisco. O discurso do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao Parlamento italiano voltou a colocar o mundo, segundo o prisma dele, na rota da guerra.

Zelensky alertou que o objetivo da Rússia é avançar para o restante da Europa. “Para as tropas russas, a Ucrânia é a porta da Europa, onde eles querem invadir, mas a barbárie não deve passar”, argumentou.

Nesta terça-feira (22/3), o líder ucraniano participou de sessão do Parlamento da Itália por videoconferência. Ele aproveitou a ocasião para pedir mais sanções contra o presidente russo, Vladimir Putin.

Antes de discursar no Congresso italiano, Zelensky foi convidado a falar nos parlamentos dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Polônia, do Canadá, da União Europeia e no da Suíça.

“Apreciaríamos o papel de mediador da Santa Sé para acabar com o sofrimento humano” na Ucrânia, tuitou Zelensky após um telefonema com o papa e o discurso no parlamento.

“Sua Santidade sabe a situação humanitária difícil e o bloqueio dos corredores humanitários pelas tropas russas”, disse.

Guerra

O discurso ocorre em meio à guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro após a invasão russa. O conflito chega ao 27º dias sem indícios de ter fim.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, disse que a guerra deverá acabar em duas ou três semanas. Segundo o ministro, a Rússia tem poucos suprimentos para continuar a investida militar.

Nesta terça (22/3), o porta-voz do governo do Kremlin, sede do governo russo, Dmitri Peskov, pediu que as negociações fossem retomadas.

“Gostaria que as negociações fossem mais enérgicas, mais substanciais”, destacou o representante de Vladimir Putin.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

ONU dá ultimato

Prestes a completar um mês, o conflito no Leste Europeu parece longe do fim. A Organização da Nações Unidas (ONU) deu um ultimato para o fim da guerra e frisou que as negociações — que nos últimos dias estão estagnadas — devem continuar.

Nesta terça-feira, em entrevista a repórteres de agências internacionais de notícias, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, cobrou categoricamente o fim da guerra na Ucrânia.

“Esta guerra não é vencível. Mais cedo ou mais tarde terá que passar dos campos de batalha para a mesa de paz. Isso é inevitável. A única questão é quantas vidas mais devem ser perdidas? Quantas bombas mais devem cair?”, alertou.

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