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Zelensky diz que ataque russo em Kharkiv é “terrorismo” de Estado

Em novo pronunciamento em rede nacional, presidente da Ucrânia disse que tropas do país devem lutar para interromper avanço dos “inimigos”

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Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia/Agência Anadolu via Getty Images
Visão de praça em Kharkiv, repleta de escombros vistos após o ataque de mísseis do exército russo na cidade - Metrópoles
1 de 1 Visão de praça em Kharkiv, repleta de escombros vistos após o ataque de mísseis do exército russo na cidade - Metrópoles - Foto: Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia/Agência Anadolu via Getty Images

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira (1º/3) que os ataques russos a Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, e que foi invadida por tropas da Rússia mais cedo, são um “terrorismo de Estado”.

Em novo pronunciamento em rede nacional, Zelensky disse que as tropas ucranianas devem lutar para interromper o avanço dos “inimigos”. E pediu que a comunidade internacional responsabilize o governo russo pelos ataques terroristas.

“É um terrorismo contra a cidade, terrorismo contra Kharkiv e contra o povo ucraniano. […] Isso é um terrorismo aberto e ostensivo. Não será perdoado e não será esquecido. Isso é um terrorismo estatal da Rússia. A Rússia é um país terrorista que tem de ser reconhecido oficialmente como tal. Pedimos a todos os países do mundo para reagir e reconhecer que a Rússia está fazendo um terrorismo, e precisamos que ela seja responsabilizada em todos os tribunais internacionais”, declarou.

“O objetivo do terror é nos quebrar, é quebrar a nossa resistência. Eles estão chegando à nossa capital [Kiev], depois de passar por Kharkiv. E a defesa da capital é uma prioridade para o Estado. Em todas as cidades, a Ucrânia deve fazer tudo o que pode para interromper esse inimigo”, prosseguiu Zelensky.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Durante a madrugada, um míssil atingiu o prédio do governo regional de Kharkiv. Trata-se de um alvo civil. Segundo o jornal inglês The Guardian, o ataque foi uma tentativa de matar o governador de Kharkiv e a sua equipe.

O chefe da administração regional da cidade, Oleg Synegubov, disse que a Rússia usou mísseis disparados de um veículo militar. “Esses ataques são genocídio do povo ucraniano, um crime de guerra contra a população civil”, afirmou.

Em um vídeo feito por uma testemunha logo após o bombardeio, a rua aparece coberta por destroços e carros que estavam estacionados em frente ao prédio queimados.

Veja as imagens:

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Medidas de segurança são tomadas enquanto o ministro de Assuntos Internos da Ucrânia, Denys Monastyrskyi, fala com membros da imprensa na capital ucraniana, Kiev
Posto de controle em Kiev, Ucrânia
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, assina o contrato do país pedido de adesão à União Europeia
O Conselho de Segurança da ONU votou para realizar uma rara sessão especial de emergência da Assembleia Geral para discutir o ataque da Rússia à Ucrânia
Quatro navios de guerra, o navio de abastecimento Tender "Elbe" (l), um caça-minas e dois caça-minas deixam o porto de Kiel para reforçar o flanco norte da Otan no Mar Báltico
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Segurança reforçada na capital ucraniana, Kiev

Aytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images
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Medidas de segurança são tomadas enquanto o ministro de Assuntos Internos da Ucrânia, Denys Monastyrskyi, fala com membros da imprensa na capital ucraniana, Kiev

Aytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images
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Posto de controle em Kiev, Ucrânia

Chris McGrath/Getty Images
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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, assina o contrato do país pedido de adesão à União Europeia

Presidência Ucraniana/Agência Anadolu via Getty Images
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O Conselho de Segurança da ONU votou para realizar uma rara sessão especial de emergência da Assembleia Geral para discutir o ataque da Rússia à Ucrânia

Michael M. Santiago/Getty Images
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Quatro navios de guerra, o navio de abastecimento Tender "Elbe" (l), um caça-minas e dois caça-minas deixam o porto de Kiel para reforçar o flanco norte da Otan no Mar Báltico

Axel Heimken/picture aliança via Getty Images
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As forças de segurança ucranianas em Kiev

Aytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images
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Membros das forças ucranianas inspecionam carros para tomar nota se algo parece suspeito

Aytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images)
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Cartazes pedindo paz e fim da guerra em frente à Embaixada da Ucrânia

Matheus Veloso/Metrópoles
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Edifício atingido

Leon Klein/Agência Anadolu via Getty Images
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Veículos destruídos são vistos no Kievsky Rayonda de Donetsk, que está sob controle de separatistas pró-Rússia

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Forças aerotransportadas russas em Zdvyzhivka, Ucrânia

Maxar Technologies/Getty

Conflito entre países

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existem desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Com autorização do presidente Vladimir Putin, tropas russas iniciaram, na madrugada da última quinta-feira (24/2), uma ampla operação militar para invadir a Ucrânia. Em pronunciamento, ele fez ameaças e disse que quem tentar interferir no conflito sofrerá consequências nunca vistas na história.

Já são seis dias de luta armada. O conflito é considerado a maior ofensiva militar registrada na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Mapa de ataques russos à Ucrânia terceiro dia

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