Zelensky diz que 2ª feira terá “assassinatos deliberados” e pede ajuda
Presidente da Ucrânia divulgou vídeo reclamando do “silêncio” dos líderes ocidentais ao longo do domingo e disse que sanções não funcionaram
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, usou as redes sociais no fim desse domingo (6/3) para reclamar do “silêncio” dos líderes ocidentais que o apoiam diante do que ele chamou de ameaça de “assassinatos deliberados” anunciados pelos invasores russos para esta segunda-feira (7/3).
“A Rússia anunciou oficialmente que amanhã [segunda] bombardeará nossas indústrias, empresas estatais, nosso complexo militar”, disse o presidente ucraniano, em vídeo.
“A maioria [das indústrias] foi construída décadas atrás, pelos soviéticos, e estão no meio de áreas urbanas. Milhares de pessoas trabalham nesses locais, centenas de milhares moram nas proximidades. Isso é assassinato deliberado, e não ouvi reações de nenhum líder mundial hoje. Nenhum líder ocidental reagiu a esse anúncio. Os agressores anunciam suas atrocidades planejadas porque há silêncio”, reclamou Zelensky.
Veja trechos, com legendas em português, do último vídeo divulgado pelo presidente ucraniano.
Zelensky: “Audácia do agressor é um claro sinal ao ocidente de que sanções econômicas não são o suficiente”.
Em vídeo divulgado neste domingo (6), presidente ucraniano criticou silêncio de líderes mundiais a respeito dos planos da Rússia de novos ataques à Ucrânia. pic.twitter.com/Xv3eNFu3LJ
— Metrópoles (@Metropoles) March 6, 2022
“A ameaça mostra que as sanções não foram suficientes, que eles não sentiram. Prometeram-nos corredores humanitários, mas só há corredores de sangue”, completou Zelensky, que lembrou, no discurso, que o último domingo antes da quaresma é um dia de perdão, mas que ele não pretende dar isso aos russos. “Hoje é domingo do perdão. Mas não podemos perdoar as centenas e centenas de vítimas. Nem os milhares e milhares que sofreram. E Deus não perdoará. Não hoje. Não amanhã. Nunca. E em vez de perdão, haverá julgamento”, concluiu o mandatário da Ucrânia.
Guerra entra no 12º dia
Domingo, o 11º dia de guerra russa contra a Ucrânia, ficou marcado por mais uma falha na tentativa de cessar-fogo para o deslocamento de moradores em áreas atingidas pelos combates. Em muitos locais, civis estão presos, como na cidade de Mariupol, sem água, luz e aquecimento.
Ucranianos acusam a Rússia de não respeitar o acordo e bombardear áreas residenciais, o que teria impedido a retirada de civis da zona de conflito. Já os separatistas acusam a Ucrânia de não respeitar o cessar-fogo entre os dois países. Essa foi a segunda tentativa de retirar civis da região. A primeira, também frustrada, foi no sábado (5/3).
Um bombardeio da Rússia também deixou oito civis mortos numa área que deveria ser de corredor humanitário, em Irpin, nas proximidades de Kiev. Soldados ucranianos estavam na área próxima a uma ponte neste domingo para ajudar a transportar a bagagem de civis e crianças. No entanto, morteiros foram disparados, e uma família morreu, incluindo uma mulher e duas crianças.
A explosão ocorreu nesse domingo, quando as pessoas tentavam atravessar uma estrada logo após a passagem da ponte.