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Zelensky denuncia plano russo de invadir a Moldávia: “Objetivo óbvio”

De acordo com Zelenskiy, a Ucrânia sabe que as tropas russas presentes no território separatista da Moldávia estão em prontidão

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Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, em meio à autoridades do governo e primeiros-ministros tcheco e polonês. Ele olha para o lado e usa traje esportivo em cor militar - Metrópoles
1 de 1 Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, em meio à autoridades do governo e primeiros-ministros tcheco e polonês. Ele olha para o lado e usa traje esportivo em cor militar - Metrópoles - Foto: Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu Agency via Getty Images

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de pretender invadir a Moldávia. Esse seria o próximo plano para a guerra. Para ele, os ataques à região separatista da Transnístria são apenas o começo da investida do país liderado por Vladimir Putin.

Na noite desta terça-feira (26/4), ao conversar com jornalistas de agências internacionais de notícias, Zelensky defendeu a versão da Moldávia de que os recentes ataques são uma tentativa de “desestabilizar” a nação.

“Entendemos claramente que este é um dos passos da Federação Russa. Os serviços especiais estão trabalhando lá. Não se trata apenas de notícias falsas. O objetivo é óbvio. É desestabilizar a situação na região, ameaçar a Moldávia. Eles mostram que se a Moldávia apoiar a Ucrânia, haverá certos passos”, frisou.

De acordo com Zelensky, a Ucrânia sabe que as tropas russas presentes no território separatista da Moldávia estão em “prontidão constante”.

“Entendemos suas capacidades, mas as Forças Armadas da Ucrânia estão prontas para reagir e não têm medo delas”, acrescentou.

Moldávia em alerta

O governo da Moldávia condenou os ataques ao território separatista da Transnístria e afirmou que a “paz está em perigo“. O país classificou as investidas como plano para “desestabilizar” a nação.

Nesta terça, a presidente da Moldávia, Maia Sandu, admitiu que “tensões entre várias forças da região” colocam em risco a segurança.

“Isso coloca a região da Transnístria em uma posição vulnerável e cria riscos para a Moldávia. Condenamos todas as provocações e as tentativas de envolver a Moldávia em ações que possam colocar a paz em perigo”, frisou Sandu.

A terça foi de preocupação com os contornos que a guerra está ganhando no Leste Europeu e despertou reações de líderes globais.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia condenou o que chamou de “tentativas russas de arrastar” a região separatista da Transnístria, na Moldávia, para o confronto.

Em comunicado divulgado por agências internacionais de notícias, o órgão expressou preocupação com a situação na região.

“[Os incidentes] coincidiram com as declarações do comando militar russo sobre seus planos de ocupar todo o sul da Ucrânia e estabelecer um corredor terrestre para a região da Transnístria da Moldávia”, frisa o texto.

Tensão

A Ucrânia disse apoiar veementemente a integridade territorial da Moldávia e condenou qualquer tipo de invasão em larga escala.

O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhaylo Podolyak, também acusou Moscou de tentar criar conflitos na região da Transnístria.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, avaliou que essas circunstâncias evocam “séria preocupação”, e que o governo acompanha de perto os acontecimentos.

Ataques

Nesta terça, a Moldávia relatou o segundo ataque na região separatista pró-Rússia da Transnístria. A investida direcionou-se contra uma unidade militar perto da cidade de Tiraspol.

Nesse território, o alerta contra terrorismo foi elevado para o nível vermelho. Após a ofensiva, foram fixados pontos de controle pelo local.

As explosões danificaram uma antiga antena de transmissão de rádio da época da União Soviética. Não houve relatos de mortos ou feridos.

Esse seria o segundo ataque nessa área. Nessa segunda-feira (25/4), a Transnístria, região separatista pró-Rússia da Moldávia, registrou uma série de explosões.

A sede do Ministério da Segurança do Estado em Tiraspol, capital da Transnístria, foi o alvo das explosões. Ainda não se sabe o que motivou e quem está por trás do ocorrido.

O Ministério do Interior de Transnístria afirma que os disparos foram feitos com um lançador de granadas antitanque portátil.

 

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De 1992 até 1995, a guerra pela independência da Bósnia, envolvendo grupos étnicos que existiam na região, deixou cerca de 200 mil mortos e cidades destruídas. O conflito também ficou conhecido pela remoção da população bósnia-muçulmana do país
Após declarar independência, em 1991, a Chechênia foi atacada pela Rússia, que não aceitou a decisão do Estado. Apesar da tentativa, o exército do país de Putin não obteve êxito e foi derrotado pelos chechenos
O conflito, no entanto, se arrastou até 1996 e deixou o saldo de aproximadamente 46 mil pessoas mortas, cidades completamente destruídas e milhares de pessoas desabrigadas. Até hoje a violência dos russos durante a Primeira Guerra da Chechênia chama atenção. Além das centenas de assassinatos, tropas russas estupraram, mutilaram e torturaram os chechenos
Em 1999, Kosovo entrou em guerra com a Iugoslávia pela independência. Sob o comando do presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, que não aceitava perder a província, forças sérvias atacaram o povo kosovar e cerca de 2 mil pessoas foram mortas. A guerra do Kosovo foi o primeiro conflito armado envolvendo a OTAN e foi a maior crise humanitária ocorrida na Europa desde o fim da 2ª Guerra Mundial
Em 1999, após a Chechênia explodir um edifício russo, Putin mandou que tropas atacassem a capital de sua ex-república. A partir daí, os dois países declararam guerra. Mais de 40 mil pessoas morreram durante a 2ª Guerra da Chechênia, que foi considerada uma das mais brutais
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A invasão da Rússia ao território ucraniano --possibilitando, segundo a Otan, o maior conflito armado na Europa desde a 2ª Guerra Mundial --trouxe, naturalmente, comparações com conflitos anteriores. Lembre os principais

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De 1992 até 1995, a guerra pela independência da Bósnia, envolvendo grupos étnicos que existiam na região, deixou cerca de 200 mil mortos e cidades destruídas. O conflito também ficou conhecido pela remoção da população bósnia-muçulmana do país

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Após declarar independência, em 1991, a Chechênia foi atacada pela Rússia, que não aceitou a decisão do Estado. Apesar da tentativa, o exército do país de Putin não obteve êxito e foi derrotado pelos chechenos

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O conflito, no entanto, se arrastou até 1996 e deixou o saldo de aproximadamente 46 mil pessoas mortas, cidades completamente destruídas e milhares de pessoas desabrigadas. Até hoje a violência dos russos durante a Primeira Guerra da Chechênia chama atenção. Além das centenas de assassinatos, tropas russas estupraram, mutilaram e torturaram os chechenos

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Em 1999, Kosovo entrou em guerra com a Iugoslávia pela independência. Sob o comando do presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, que não aceitava perder a província, forças sérvias atacaram o povo kosovar e cerca de 2 mil pessoas foram mortas. A guerra do Kosovo foi o primeiro conflito armado envolvendo a OTAN e foi a maior crise humanitária ocorrida na Europa desde o fim da 2ª Guerra Mundial

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Em 1999, após a Chechênia explodir um edifício russo, Putin mandou que tropas atacassem a capital de sua ex-república. A partir daí, os dois países declararam guerra. Mais de 40 mil pessoas morreram durante a 2ª Guerra da Chechênia, que foi considerada uma das mais brutais

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Conhecido como Guerra Russo-Georgiana, o conflito deixou mais de 800 pessoas mortas e, após a guerra, a Rússia reconheceu a independência de dois territórios separatistas da Geórgia

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Recentemente, a relação conturbada entre Rússia e Ucrânia tem deixado o mundo em alerta. O conflito entre os países, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, o contexto histórico relacionado ao século 19 pode explicar a situação

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho e evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Após a Ucrânia não ceder às exigências de Putin, que incluem a não entrada do país na Otan, a Rússia invadiu o território ucraniano

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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Sandu condenou qualquer tentativa de “arruinar a paz” no país, e disse que a Moldávia está preparada para evitar a escalada da violência.

“Incidentes recentes são uma tentativa de aumentar as tensões. Avaliações mostram que facções pró-guerra na região da Transnístria são responsáveis ​​pelos ataques”, salientou.

Ameaça

Na semana passada, o vice-comandante do distrito militar central da Rússia, Rustam Minnekayev, afirmou que o governo russo quer abrir “caminho” para a Transnístria.

“O controle sobre o sul da Ucrânia é outro caminho para a Transnístria, onde também há evidências de que a população de língua russa está sendo oprimida”, destacou.

Território da Moldávia controlado pela Rússia desde a queda da União Soviética, a Transnístria travou uma guerra contra a Moldávia na década de 1990, com o apoio russo.

Na sexta-feira (22/4), a agência russa de notícias Interfax confirmou que o governo pretende controlar Donbass, no leste, e todo o sul da Ucrânia.

Na prática, os russos querem criar um zona entre Crimeia, anexada ao território controlado por Putin em 2014, e Donbass. Com isso, seria possível ter uma porta de entrada para a região separatista da Moldávia.

A Rússia pretende controlar determinadas áreas da Ucrânia. Esse domínio territorial abrangeria desde Kharkiv, Izyum, Luhansky, Donestsk, Mariupol, Melitopol, Mykolaiv e Kherso até a Crimeia. É a primeira vez que os russos detalham a estratégia militar.

A guerra completa, nesta terça, 62 dias. A invasão e os bombardeios tiveram início em 24 de fevereiro. A mais recente conquista das tropas russas foi o controle da cidade portuária de Mariupol.

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