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Zelensky defende soberania e alerta para o futuro caso Putin vença

O líder ucraniano demonstrou preocupação com a soberania dos países e defendeu que algo seja feito agora para frear as investidas de Putin

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Presidency of Ukraine/Handout/Anadolu Agency via Getty Images
Volodymyr Zelenskyy presidente da Ucrânia
1 de 1 Volodymyr Zelenskyy presidente da Ucrânia - Foto: Presidency of Ukraine/Handout/Anadolu Agency via Getty Images

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, demonstrou preocupação com o destino mundial após a guerra no Leste Europeu, iniciada em 24 de fevereiro. Para ele, o respeito às liberdades e o futuro da soberania dos países podem estar em risco se nada for feito agora.

Nesta terça-feira (8/3), em pronunciamento gravado, Zelensky voltou a pedir o fim dos bombardeios e comemorou o boicote norte-americano ao petróleo russo como medida para frear as investidas do presidente Vladimir Putin.

“O mundo não acredita no futuro da Rússia. Não se fala sobre isso. Eles falam sobre nós, nos ajudam, se preparam para apoiar nossa reconstrução depois da guerra. Porque todos viram que, para as pessoas que se defendem tão heroicamente, esse depois da guerra certamente virá”, frisou o ucraniano em tom de alerta.

Zelensky agradeceu ao presidente americano, Joe Biden, pela sanção histórica contra o petróleo russo. “É um sinal mais forte para todo o mundo”, comentou. Depois, acrescentou: “Não se trata apenas de dinheiro, mas também de liberdade e futuro”.

A reflexão foi divulgada horas após os Estados Unidos proibirem a compra de petróleo russo. O Kremlin, sede do governo da Rússia, reagiu imediatamente ao boicote norte-americano ao petróleo produzido no país.

A mando do presidente Vladimir Putin, em até dois dias será divulgada um lista de matérias-primas que terão a venda proibida ou limitada a todos os países identificados pela Rússia como apoiadores da Ucrânia.

O anúncio de Moscou ocorre horas após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, proibir a compra de petróleo russo no país.

Segundo a agência russa de notícias Interfax, Putin “assinou um decreto que restringe a importação e exportação de bens e matérias-primas para garantir a segurança da Federação Russa”. Os produtos ainda não foram detalhados pelo governo russo.

Antes, Biden proibiu a compra do petróleo russo. Essa é mais uma medida para pressionar o presidente da Rússia, a fim de que ele determine a interrupção dos bombardeios contra a Ucrânia.

Nesta terça-feira (8/3), em pronunciamento transmitido ao vivo de Washington, Biden voltou a declarar apoio ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e afirmou que as sanções econômicas estão “estrangulando” a Rússia.

“Os Estados Unidos produzem mais petróleo do que todos os países da Europa juntos. Nossas equipes estão discutindo como isso [proibição] vai acontecer. Nossa ideia é continuar causando prejuízos ao Putin. A defesa da liberdade tem um custo, e um custo para nós, americanos”, frisou.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Clique aqui e veja a cobertura completa da guerra na Ucrânia. 

Biden ressaltou que os americanos estão enviando ajuda à Ucrânia e que o apoio não se restringe a sanções econômicas, mas também inclui subsídio financeiro e equipamentos militares. “Na última semana, conversei com o presidente Zelensky para saber como ajudar o povo ucraniano”, salientou.

O líder norte-americano disse que o preço dos combustíveis vai subir nos Estados Unidos e no mundo. “Entendemos que a guerra de Putin está elevando os preços, mas isso não é desculpa para que as empresas os elevem sobremaneira”, concluiu.

Gás russo

Mais cedo, o governo russo ameaçou parar de vender gás à Europa se tiver petróleo boicotado no mercado internacional. Líder na produção mundial, a Rússia enfrenta sanções econômicas de países do Ocidente – uma tentativa de frear a guerra na Ucrânia.

Já a União Europeia disse que também pode interromper, em até dois terços, a importação do gás russo. A decisão deve vir em uma cúpula de líderes, ainda nesta semana, em Paris. O problema é que a Europa é muito dependente do produto vindo da Rússia. E os EUA, mesmo importando pouco petróleo de Moscou, correm o risco de subir muito o preço do barril, com esse corte no comércio.

O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, chegou a afirmar que essa sanção mundial poderia fazer com que o preço do barril chegasse a US$ 300. Por volta das 11h de hoje, o petróleo Brent atingiu o preço de US$ 128,90.

Assim, o Kremlin, sede do governo russo, disse que pode fechar o principal duto de gás do país, até a Alemanha, se os países do Ocidente proibirem a compra de petróleo russo.

Cerca de 40% do gás e de 30% do petróleo consumidos na União Europeia são de origem russa, segundo a BBC. A Rússia é o maior exportador de óleo e gás natural do mundo.

Os Estados Unidos estudam importar o produto da Venezuela, do Irã e da Arábia Saudita, com o objetivo de isolar o presidente Vladimir Putin.

Nenhum conflito armado tem efeitos restritos ao front. Quando o assunto é economia, o mundo assiste à disparada do preço do petróleo e se preocupa.

“Consequências catastróficas”

Uma rejeição do óleo russo pode levar a consequências catastróficas para o mercado global, disse o vice-primeiro-ministro da Rússia. Segundo ele, o preço do barril poderia mais do que dobrar e chegar a US$ 300.

Apesar da tensão no mercado, o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Mohammad Sanusi Barkindo, admite que a entidade precisa ajudar todos os países parceiros, mas avalia que a ameaça russa vai “evaporar” pelo mercado.

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