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Zelensky condena sequestro e exige libertação de prefeito de Melitopol

Ivan Fedorov aparece em um vídeo sendo levado com os olhos vendados. Presidente ucraniano condena ato de terror

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Presidency of Ukraine/Handout/Anadolu Agency via Getty Images
Volodymyr Zelenskyy presidente da Ucrânia
1 de 1 Volodymyr Zelenskyy presidente da Ucrânia - Foto: Presidency of Ukraine/Handout/Anadolu Agency via Getty Images

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou as tropas russas de sequestrarem o prefeito de Melitopol durante o conflito entre os dois países, que já se estende há 17 dias. As autoridades ucranianas divulgaram um vídeo em que Ivan Fedorov aparece sendo levado de um prédio nessa sexta-feira (11/3), com os olhos vendados. Zelensky criticou a investida russa e exigiu a libertação do político.

O mandatário ucraniano chamou Fedorov de “prefeito que defende bravamente a Ucrânia e os membros de sua comunidade” e acusou Moscou de “passar para um novo estágio de terror”, com ações equivalentes aos “terroristas” do Estado Islâmico.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

“Isso é obviamente um sinal de fraqueza dos invasores”, disse o presidente. “Eles passaram para um novo estágio de terror no qual estão tentando eliminar fisicamente representantes de autoridades ucranianas locais legítimas”, assinalou.

Em reação, os moradores da cidade ucraniana foram às ruas para protestar contra o sequestro.

17º dia de ataques

Neste sábado (12/3), dois depósitos de petróleo próximos de Kiev foram alvo de bombardeiros e ficaram em chamas, segundo o governo ucraniano. Os locais foram sofreram ataques russos durante a madrugada. Um dos depósitos se encontra em Vasylkiv, cidade que fica a 36 km da capital ucraniana. O outro, na vila de Kryachky.

Segundo o jornal Kyiv Independent, um dos objetivos dos militares russos era uma grande base aérea em Vasylkiv. Houve também relatos de um incêndio em um armazém de alimentos congelados na vila de Kvitneve. Os ucranianos afirmam que, até agora, não houve nenhuma vítima desta investida das tropas de Putin.

Nessa sexta-feira (11/3), pela primeira vez, as regiões ucranianas de Dnipro, Rivne e Ivano-Frankivsk foram bombardeadas. Dnipro, quarta maior cidade do país, foi a mais afetada. O distrito de Novokodatsky tornou-se alvo de três ataques aéreos.

Lutsk, a noroeste da Ucrânia, teve uma fábrica de conserto de aeronaves e um aeródromo incendiados. A cidade constava da lista de locais estratégicos a serem atacados pela Rússia. O governo local confirmou que as explosões ocorreram perto do aeródromo e pediu que toda a população fuja para abrigos.

Em Ivano-Frankivsk, no oeste da Ucrânia, também se ouviram explosões nessa sexta-feira (11/3). Tropas russas se aproximam de Kiev e dispararam contra áreas residenciais, conforme mostram imagens de satélite.

Segundo o governo ucraniano, o serviço de inteligência descobriu que as tropas russas planejam “isolar” Kiev, capital e coração do poder do país. A inteligência do Reino Unido também fez afirmações do tipo. Tanques, de acordo com os russos, já estão nos arredores da cidade.

Nessa sexta-feira, a encarregada de Direitos Humanos da Ucrânia, Lyudmyla Denisova, admitiu que em Mariupol, Volnovakha e Irpinnas não é possível estimar quantas pessoas morreram desde o início da invasão, em 24 de fevereiro.

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