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Zelensky condena investida russa para abrir corredor até Moldávia

Alto militar russo confirmou nesta sexta-feira que a intenção do Kremlin ao atacar o leste ucraniano é chega à Transnístria

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O presidente ucraniano Volodymir Zelensky traja roupas militares entre solados fortemente armados do exército da Ucrânia na cidade de Bucha - Metrópoles
1 de 1 O presidente ucraniano Volodymir Zelensky traja roupas militares entre solados fortemente armados do exército da Ucrânia na cidade de Bucha - Metrópoles - Foto: Metin Aktas/Anadolu Agency via Getty Images

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, demonstrou preocupação com a intenção russa de criar um corredor até uma região separatista da Moldávia. Nesta sexta-feira (22/4), em pronunciamento gravado, Zelensky afirmou que a investida confirma que “o ataque à Ucrânia é apenas o começo”.

O ucraniano também disse que os aliados começaram a entregar as armas que prometeram que “ajudariam a salvar a vida de milhares de pessoas”.

Mais cedo, o vice-comandante do distrito militar central da Rússia, Rustam Minnekayev, afirmou que o governo russo quer abrir “caminho” para a Transnístria, região separatista na Moldávia.

“O controle sobre o sul da Ucrânia é outro caminho para a Transnístria, onde também há evidências de que a população de língua russa está sendo oprimida”, confirmou.

Nesta sexta, a agência russa de notícias Interfax divulgou declarações do vice-comandante sobre a estratégia militar atual na Ucrânia.

No mesmo comunicado, o governo russo confirmou que pretende controlar Donbass, no leste, e todo o sul da Ucrânia.

A Transnístria é um território da Moldávia controlado pela Rússia desde a queda da União Soviética. Com o apoio russo, a Transnístria travou uma guerra contra a Moldávia na década de 1990.

Na prática, os russos querem criar um zona entre Crimeia, anexada ao território controlado por Putin em 2014, e Donbass. Com isso, seria possível ter uma porta de entrada para a região separatista da Moldávia.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Rússia pretende controlar partes da Ucrânia partindo de Kharkiv, passando por Izyum, Luhansky, Donestsk, Mariupol, Melitopol Mykolaiv e Kherso, chegando à Crimeia. Essa é a primeira vez que os russos detalham uma estratégia militar.

A Rússia tomou 42 vilas na região de Donetsk, segundo informou a assessora da presidência ucraniana, Olena Symonenko. As informações são da agência de notícias Reuters. “Isso aconteceu hoje e pode ser que nossas forças as reconquistem amanhã”, explicou Symonenko.

A guerra completa, nesta sexta-feira, 58 dias. A invasão e os bombardeios russos tiveram início em 24 de fevereiro. A mais recente conquista das tropas russas foi o controle da cidade portuária de Mariupol.

Tensão

A tensão no Leste Europeu voltou a subir após ao menos três ataques ucranianos contra o território russo. Como represália, a Rússia passou a atingir mais de mil alvos por madrugada.

A escalada da violência também é influenciada pelo naufrágio do navio militar Moskva, maior embarcação de guerra russa no Mar Morto. A Ucrânia reivindicou o ataque.

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