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Zelensky acusa Rússia de usar armas químicas: “Nova fase de terror”

A declaração ocorre em meio a mudanças na estratégia militar. Agora, a Rússia foca em ataques no Leste ucraiano

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Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, em meio à autoridades do governo e primeiros-ministros tcheco e polonês. Ele está sentado e usa traje esportivo em cor militar - Metrópoles
1 de 1 Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, em meio à autoridades do governo e primeiros-ministros tcheco e polonês. Ele está sentado e usa traje esportivo em cor militar - Metrópoles - Foto: Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu Agency via Getty Images

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou o Exército russo de planejar o uso de armas químicas no que chamou de “nova fase de terror”.

A declaração ocorre em meio a mudanças na estratégia militar. Agora, a Rússia foca em ataques no Leste do país, em regiões fronteiriças.

Zelensky expressou preocupação: “Hoje, os ocupantes emitiram uma nova declaração, que testemunha sua preparação para uma nova fase de terror contra a Ucrânia e nossos defensores. Um dos porta-vozes dos ocupantes afirmou que eles poderiam usar armas químicas contra os defensores de Mariupol. Levamos isso o mais a sério possível”, frisou.

O líder ucraniano acrescentou: “Quero lembrar aos líderes mundiais que o possível uso de armas químicas pelos militares russos já foi discutido. E já naquela época significava que era necessário reagir à agressão russa com muito mais força e rapidez”, concluiu.

A Guarda Nacional da Ucrânia também acusou a Rússia de usar armas químicas contra militares e cidadãos da Ucrânia na noite desta segunda-feira (11/4).

Segundo o Regimento Azoz, uma unidade militar ucraniana, os produtos químicos foram lançados por meio de um veículo aéreo não tripulado em civis na cidade de Mariupol.

“Cerca de uma hora atrás, as forças de ocupação russas usaram uma substância venenosa de origem desconhecida contra militares e civis ucranianos na cidade de Mariupol, que foi lançada de um UAV inimigo”, afirmou o grupo.

O líder do Azov, Andriy Biletsky, disse ao Kyiv Independent que três pessoas têm sinais de envenenamento químico, mas parece não haver “consequências desastrosas” para sua saúde. As vítimas têm insuficiência respiratória, vertigem e náuseas.

Sequestros

O governo ucraniano acusa o Exército russo de sequestrar e manter civis e jornalistas em cárcere privado na guerra no Leste Europeu. Kiev pediu que os casos sejam investigados.

A denúncia foi formalizada, nesta segunda, pela vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, em pronunciamento gravado e exibido pela televisão.

“Temos muitos padres, jornalistas, ativistas, prefeitos e, em geral, civis que estão nas prisões. Nem mesmo no território da Ucrânia, mas em Kursk, Bryansk, Rostov (regiões da Rússia). Eles são mantidos à força”, frisou.

Crimes sexuais

Autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) também pediram uma investigação sobre a violência contra as mulheres.

A diretora da agência das mulheres da ONU, Sima Bahous, em discurso no Conselho de Segurança, condenou os supostos crimes.

“Esta guerra deve parar agora. Cada vez mais ouvimos falar de estupro e violência sexual. Essas alegações devem ser investigadas de forma independente, para garantir justiça e responsabilidade”, defendeu.

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Zelensky, em 24 de fevereiro.

A guerra completa, nesta segunda, 47 dias. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) discute a situação dramática que a Ucrânia está vivendo.

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