Xi Jinping se encontra com Putin na Rússia em meio a tensões com EUA
O presidente chinês, Xi Jinping, desembarcou na Rússia nesta segunda-feira (20/3) para uma visita de Estado que deve durar dois dias
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente da China, Xi Jinping, chegou nesta segunda-feira (20/3) à Rússia para uma agenda de dois dias no país e, na oportunidade, deve se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin. O encontro ocorre em meio ao aumento das tensões entre China e Estados Unidos. O Ocidente tem acusado o país de fornecer armamento ao Exército russo na guerra da Ucrânia.
Esta é a primeira visita de Xi Jinping à Rússia após o início do conflito na Ucrânia, mas os dois já se encontraram mais de 40 vezes nos últimos anos e têm sinalizado uma parceria na área de defesa. Após o encontro a portas fechadas, eles deverão fornecer uma entrevista coletiva à imprensa.
Segundo comunicado do Kremlin, os dois líderes discutirão questões atuais relativas ao desenvolvimento da parceria abrangente e da cooperação estratégica entre a Rússia e a China.
“Vladimir Putin e Xi Jinping também trocarão pontos de vista no contexto do aprofundamento da cooperação Rússia-China na arena internacional”, diz o comunicado. “Vários documentos bilaterais importantes serão assinados.”
Em artigo publicado no jornal estatal russo, Putin escreveu ter grandes expectativas para as próximas conversas com o líder chinês, a quem chamou de “bom e velho amigo”.
“Não temos dúvidas de que darão um novo e poderoso impulso à nossa cooperação bilateral em sua totalidade. Esta é também uma grande oportunidade para me encontrar com meu bom e velho amigo com quem mantemos um relacionamento caloroso”, afirmou o presidente russo.
No fim de semana, Putin fez sua primeira visita a uma cidade ucraniana desde o início da invasão do país, há pouco mais de um ano. As agências estatais de comunicação da Rússia reportaram que Putin visitou Mariupol, que fica na região de Donetsk e foi pesadamente bombardeada pelos russos no início da guerra.
Ordem de prisão por crimes de guerra
A visita de Putin a territórios ocupados na Ucrânia ocorreu dois dias após a Corte Penal Internacional, em Haia, emitir uma ordem de prisão contra o presidente russo, acusado de crimes de guerra.
“Há motivos razoáveis para acreditar que o sr. Putin tem responsabilidade criminal individual pelos crimes mencionados”, alegou o Tribunal de Haia em comunicado.
Após o anúncio, a Rússia disse não reconhecer a jurisdição do Tribunal de Haia e afirmou que não extradita seus cidadãos.
“As decisões do Tribunal Penal Internacional não têm significado para o nosso país, inclusive do ponto de vista jurídico”, escreveu a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em comunicado divulgado no Telegram.