Voo Rio-Paris: MP francês não pede condenação de Airbus e Air France
Acidente em junho de 2009 deixou 228 vítimas, entre passageiros e tripulantes. Posicionamento do MP ocorre após oito semanas de julgamento
atualizado
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O Ministério Púbico da França informou, nesta quarta-feira (7/12), que não “está em condições” de pedir a condenação das empresas aéreas Airbus e Air France, julgadas por homicídio culposo após a queda do voo Rio-Paris, acidente em que 228 pessoas morreram em 1º de junho de 2009.
A culpabilidade das empresas “parece-nos impossível de provar. Sabemos que esta posição muito provavelmente será inaudível às partes civis, mas não estamos em condições de solicitar a condenação da Air France e da Airbus”, diz o relatório do procurador, segundo agências internacionais.
A decisão foi recebida com indignação por familiares de vítimas que acompanharam o processo no Tribunal Penal de Paris, nesta quarta. Após oito semanas de audiências, a decisão dos dois promotores de dispensar as companhias das falhas técnicas na catástrofe aérea foi vaiada.
O julgamento entra em fase final nesta quarta, com a apresentação dos últimos argumentos do Ministério Público francês.
Entenda
Na madrugada de 1º de junho de 2009, o avião AF447 caiu no Oceano Atlântico, quase quatro horas após decolar do Rio de Janeiro. Todas as 288 pessoas que estavam a bordo morreram — entre passageiros e tripulantes. Dessas, 58 vítimas eram brasileiras.
As duas empresas, que podem ser sujeitas a pagar uma multa de 225 mil euros cada, negam qualquer falha.
Embora os juízes de instrução tenham arquivado o caso em 2019, os familiares das vítimas e os sindicatos dos pilotos recorreram e, em maio de 2021, os tribunais enviaram as duas empresas a julgamento por homicídio doloso.