Viúva de candidato morto no Equador sofre atentado; polícia nega
Verónica Sarauz, viúva de Fernando Villavicencio, teria sofrido atentado na capital do Equador, mas polícia disse que foi ato isolado
atualizado
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Verónica Sarauz, viúva de Fernando Villavicencio, candidato à Presidência do Equador morto durante a campanha, teria sofrido um atentado nessa quarta-feira (27/9). Christian Zurita, que substituiu Villavicencio na corrida presidencial, postou a denúncia em sua conta no Twitter. No entanto, a polícia nega que tenha sido algo dirigido.
Segundo a denúncia, um homem chegou em uma moto perto de Sarauz e tentou agredi-la. O rapaz seria venezuelano e teria se aproximado com uma arma de fogo. Então, tentou atacar o carro onde estava a viúva.
“Verónica Sarauz, esposa de Fernando Villavicencio, acaba de sofrer um atentado. Sua cápsula de segurança deteve um cidadão venezuelano em uma motocicleta e com arma de fogo que tentava atacar o carro em que viajava. Um país imobilizado pelo terror”, escreveu Zurita.
De acordo com o jornal El Universo, o suspeito foi levado a uma delegacia. O advogado da família Villavicencio, Antonio López Cabrera, afirmou que Sarauz não sofreu nenhum tipo de ferimento.
Uma hora depois da publicação de Zurita nas redes sociais, a polícia equatoriana postou um esclarecimento afirmando que tudo não passou de um ato isolado, e não uma ação direcionada.
“Atendendo às informações que circulam nas redes sociais sobre o alegado ataque a Verónica S. […], segundo informações preliminares, trata-se de um ato isolado, onde foi detido um cidadão estrangeiro, que conduzia uma moto em atitude suspeita e portava uma arma festiva. As investigações continuam”, diz o post da polícia.
Viúva após atentado
Fernando Villavicencio foi assassinado a tiros em Quito, na noite de 9 de agosto. O candidato fazia um comício político no Colégio Anderson, quando foi atingido pelos disparos.
Segundo pesquisa publicada pelo jornal El Universo, Fernando Villavicencio aparecia como 5º colocado na corrida pelo Palácio de Carondelet, sede do governo. O também jornalista investigativo era conhecido por apoiar as causas indígenas e trabalhistas.
Antes de ser assassinado com três tiros na cabeça, na noite de 9 de agosto, Villavicencio fez um discurso com declarações diretas de afronte ao grupo Los Choneros, que o ameaçava de morte.
Villavicencio, que era conhecido como Don Villa e tinha como slogan da campanha a frase “É hora dos corajosos”, havia sido aconselhado a usar colete a prova de balas, mas recusou e afirmou que o apoio do povo seria seu escudo, em discurso feito na cidade de Chones, horas antes do ataque.
“Eu não preciso. Vocês são um povo valente, e eu sou valente como vocês. Vocês são quem cuida de mim. Venham, aqui estou. Disseram que iriam me quebrar. Aqui está Don Villa. Que venham os chefões do narcotráfico, venham! Que venham os atiradores, que venham os milicianos! Acabou-se o tempo da ameaça. Aqui estou eu. Podem me dobrar, mas nunca vão me quebrar”, bradou.
Veja vídeo do momento dos tiros:
🚨🚨🚨 URGENTE
Fernando Villavicencio, candidato a presidente do Equador, é assassinado com tiros na cabeça pic.twitter.com/AHA0jplZVv
— Metrópoles (@Metropoles) August 10, 2023
A Procuradoria-Geral do Equador anunciou a prisão de seis pessoas suspeitas de envolvimento na morte do candidato à Presidência, Fernando Villavicencio, assassinado a tiros em Quito. O ataque foi reivindicado pelo grupo Los Lobos em vídeo divulgado nas redes sociais, mas as autoridades equatorianas não vinculam oficialmente a morte dele ao grupo.
Fernando Villavicencio fazia parte do Movimento Construye, era jornalista investigativo e político. Ele se considerava de centro-direita. Durante a carreira no jornalismo, denunciou casos de corrupção e acusou o ex-presidente Rafael Correa de crimes contra a humanidade.
Villavicencio se declarou perseguido pelo governo equatoriano quando foi condenado a 18 anos de prisão, em 2014, por injúrias contra Correa e chegou a se exilar no Peru. Na política, se declarava como defensor dos direitos dos povos indígenas e dos trabalhadores e opositor do governo de Guillermo Lasso, atual presidente do Equador.