Simpatizantes de Ortega agridem sacerdotes em igreja na Nicarágua
O ataque ocorreu na Basílica de San Sebastian, em Diriamba, após um final de semana violento, que resultou em 11 mortes
atualizado
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Simpatizantes do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, invadiram uma igreja, nesta segunda-feira (9/7), e agrediram jornalistas e sacerdotes – entre eles, o bispo auxiliar de Manágua, Silvio Báez. A arquidiocese da capital, Manágua, divulgou um comunicado repudiando a agressão “covarde” por parte de “pessoas afins ao governo e paramilitares”.
“Não importa o que fizeram conosco – os golpes que me deram, as feridas. É muito mais grave o que estão fazendo com o povo”, disse Báez, em entrevista à imprensa nicaraguense.
Ortega revogou a medida, mas as manifestações continuaram, transformando-se em movimento nacional – desta vez para pedir justiça pelas vítimas da violenta repressão e ainda a antecipação das eleições presidenciais.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a organização Anistia Internacional acusaram as forças de segurança e grupos paramilitares ligados ao governo de “atirar para matar”. Ortega pediu a mediação da Igreja Católica em um dialogo nacional, com setores da sociedade, para apaziguar o país. No entanto, as conversações foram suspensas porque a repressão continuou e o presidente rejeitou a proposta de convocar novas eleições.
Ortega foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo em 2016, em votação sem a presença de observadores internacionais e cujos resultados foram questionados, até por seus antigos aliados. Líder da Revolução Sandinista de 1979, que derrotou a ditadura de Anastásio Somoza, Ortega é acusado de querer instalar uma dinastia política igual à que ele combateu quando era um guerrilheiro esquerdista.