Mais de 300 jovens são agredidos pela polícia em atos no Chile
Segundo a Defensoria Pública do país, cidadãos comuns denunciam agressões a crianças e adolescentes. Muitos nem participam de protestos
atualizado
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A Defensoria do Chile informou na quarta-feira (20/11/2019) ter recebido 327 denúncias contra a polícia por violações aos direitos humanos de crianças e adolescentes. Os abusos foram cometidos por agentes do Estado durante a crise social que dura mais de um mês.
A chefe da instituição, Patricia Muñoz, afirmou em entrevista coletiva que há relatos de muitas crianças feridas situações cotidianas, como ao sair para comprar pão com a mãe.
“Crianças que nem estavam participando de manifestações, o que torna o comportamento policial ainda mais sério”, lamentou.
A defensora pública considera a ação policial inadmissível e indicou que tomará medidas legais. No domingo, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, reconheceu que “abusos foram cometidos” pelas forças policiais do país, e que estes serão investigados.
O Instituto de Direitos Humanos (NHRI) já entrou com 384 ações judiciais por abusos cometidos por forças de segurança contra manifestantes.
Mortos, feridos, caos
Os confrontos entre manifestantes e policiais no Chile já contabilizam cerca de 23 mortos e milhares de feridos. No mínimo 217 pessoas tiveram graves lesões oculares – uma situação inédita no mundo – por conta dos tiros indiscriminados de balas de borracha
Na terça-feira, a polícia chilena suspendeu o uso dos artefatos para a contenção de multidão.
A destruição se espalha pela cidade. De acordo com o jornal O Globo, mais de 70 de estações de metrô foram depredadas, edifícios incendiados e mais de 20 quartéis de forças de segurança atacados em uma só noite , na semana passada.
Segundo o governo do Chile, há o registro de 1.961 policiais feridos, cerca de 2 mil “eventos graves” de violência e 854 veículos policiais danificados.