Confronto entre milícias gera novo banho de sangue na Líbia
De acordo com o Ministério da Saúde, o balanço de vítimas é de 47 mortos e 129 feridos nos últimos oito dias de confrontos
atualizado
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O governo da Líbia reconhecido pela comunidade internacional e apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) declarou estado de emergência na capital Trípoli e em seus arredores devido a um conflito armado entre grupos rivais que causa um novo banho de sangue no país.
De acordo com o Ministério da Saúde, o balanço de vítimas é de 47 mortos e 129 feridos nos últimos oito dias de confrontos, sendo a maioria das vítimas civis. O enfrentamento ocorre entre milícias leais ao governo de união nacional (GNA, na sigla em inglês, reconhecido pelo comunidade internacional e sediado em Trípoli) e a “7ª Brigada”, um grupo armado da cidade de Tarhouna, a 65 km da capital.
A 7ª Brigada – também chamada de Kanyant – lançou uma ofensiva surpresa contra o GNA no da 27 de agosto, levando a Líbia para um novo caos político. O grupo assumiu o controle do aeroporto e de outras regiões importantes do país.
A milícia diz que quer “limpar Trípoli dos grupos corruptos, que usam sua influência para pegar empréstimos milionários enquanto a população ordinária vive na miséria”. Em um discurso na semana passada em rede nacional, o chefe do governo de união nacional, Fayez al-Sarraj, pediu que os grupos respeitem a tentativa de um cessar-fogo.
Desde 2011, a Líbia vive uma crise política gerada pelo vácuo deixado com a morte do ditador Muammar Kadafi. Milícias se enfrentam constantemente na tentativa de assumir o governo. Atualmente, a Líbia tem dois governos: o GNA, em Trípoli, e o núcleo com base na cidade de Tobruk. Ambos enfrentam milícias que tentam derrubá-los e nenhum representa totalmente a população.
A França e a Itália tentam mediar a realização de novas eleições na Líbia ainda neste ano, porém, a instabilidade local pode colocar o projeto em risco. No sábado (1º), representantes dos Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido condenaram a escalada da violência e criticaram a deterioração do processo político.