Célula terrorista planejava ataque de maior escala na Espanha
Um dos suspeitos do atentado que matou 15 pessoas em Barcelona na semana passada confirmou a intenção diante de um juiz
atualizado
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Mohamed Houli Chemlal, um dos suspeitos de planejar o duplo ataque terrorista que deixou 15 mortos na Catalunha, admitiu nesta terça-feira (22/8), diante de um juiz espanhol, que preparava junto com companheiros na célula terrorista um atentado de maior impacto. As informações são de uma fonte do judiciário do país.
Chemlal se feriu na explosão acidental em uma casa na cidade catalã de Alcanar (200 km ao sul de Barcelona), onde o grupo fabricava explosivos para este ataque de maior escala. Ele afirmou para a polícia e confirmou ao juiz que este contratempo fez com que o ataque nas Ramblas e, mais tarde, em Cambrils, fosse antecipado.
Além de Chemlal, outros três suspeitos detidos pela polícia por conexão com os ataques foram levados nesta terça-feira à Audiência Nacional de Madri, jurisdição encarregada dos casos de terrorismo, para serem interrogados.
Os outros oito integrantes do grupo morreram, seis deles abatidos pela polícia e dois em uma explosão acidental em Alcanar. Os detidos, Driss Oukabir, Mohammed Aallaa, Mohamed Houli Chemlal e Salah El Karib, foram levados em camburões da Guarda Civil escoltado por inúmeros carros da polícia.
O juiz Fernando Andreu, depois dos interrogatórios, deve determinar que acusações apresentará contra eles pelos atentados reivindicados pelo grupo Estado Islâmico. As audiências ocorrem a portas fechadas e os suspeitos têm o direito de ficar calado.
Ligações
O marroquino Younes Abouyaaqoub, de 22 anos, suposto motorista que atropelou a multidão em Barcelona, foi morto na segunda-feira em uma ação policial e o imã marroquino Abdelbaki Es Satty, figura-chave da célula por ter doutrinado os outros integrantes, teve sua morte confirmada na explosão acidental ocorrida na casa em Alcanar.
Alvo de uma intensa busca desde quinta-feira, Abouyaaqoub morreu 50 km a oeste da capital catalã, em uma área de vinhedos pouco povoada, onde foi visto por dois policiais que passavam por uma estação de trem.
Quando foi confrontado, o suspeito “abriu o casaco e parecia usar um cinturão de explosivos, que eram falsos”, relatou o delegado-chefe da polícia catalã, Josep Lluis Trapero. Abouyaaqoub gritou “Alá é grande” antes que os agentes o matassem.
Cinco dias após os ataques, continuam hospitalizadas 48 pessoas, das quais oito estão em situação crítica e 12 em estado grave, segundo o último balanço da Proteção Civil na Catalunha.