Ataques aéreos a Idlib, na Síria, ferem ao menos 20 e deslocam 30 mil
Segundo a Defesa Civil do país, 29 pessoas morreram e 71 ficaram feridas desde o início do mês em confrontos na região
atualizado
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Bombardeios russos e sírios voltaram a atingir nesta segunda-feira (10/9) a província de Idlib, no oeste da Síria, ferindo ao menos 20 pessoas, entre eles, rebeldes e membros da organização terrorista Al Qaeda. Cerca de 30 mil pessoas tiveram de deixar suas casas.
A região é o último reduto sob controle de grupos rebeldes ao governo de Bashar Al Assad, que realiza uma ofensiva conjunta sobre o território desde a última sexta-feira (7). As cidades atingidas pelos bombardeios foram Habit, Yaryanaz, Hish e Tamanea, no sul da província, além de Latamana, que fica na província de Hama, vizinha a Idlib.
Segundo a Defesa Civil síria, 29 pessoas morreram e 71 ficaram feridas desde o início do mês em confrontos na região. Os ataques que ocorrem desde a última semana também destruíram dois hospitais da província.
Após o início da ofensiva, a Turquia aumentou o efetivo de militares em torres de observação próximas à fronteira e pressionou os rebeldes para que abandonem a região e desmantelem seus arsenais.
Sem consenso
Na última sexta-feira (7), os presidentes de Irã, Rússia e Turquia se reuniram em Teerã, capital iraniana, para discutir sobre a crise da região, mas não chegaram a um consenso sobre medidas comuns para estabelecer a paz.
“O governo sírio tem o direito de retomar o controle sobre todo o país, inclusive sobre a província de Idlib. Os terroristas só estão nessa região”, disse o presidente russo, Vladimir Putin. “Nossa prioridade é eliminar os terroristas em toda Síria. A presença deles é uma ameaça direta a civis e aos habitantes de toda a região”, acrescentou.
A reunião de Teerã foi realizada horas antes de um encontro do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), convocado a pedido dos Estados Unidos. Durante a cúpula, Erdogan pediu um cessar fogo temporário para preservar os 3 milhões de civis que vivem próximos à área de conflito. Enquanto isso, os presidentes russo, Vladimir Putin, e iraniano, Hasan Rohani, destacaram a vontade comum de “derrotar o terrorismo” e, ao mesmo tempo, “proteger os civis”.
No dia seguinte à reunião, pelo menos 90 ataques aéreos foram lançados sobre o sul de Idlib e sobre a província de Hama, matando quatro civis, entre eles mulheres e menores de idade. A mídia local noticiou que 10 combatentes morreram após ataque de morteiros lançados por milicianos em uma localidade próxima à área principal de combate.
Nesta segunda-feira (10), o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou que representantes de Rússia, Alemanha, França e Turquia se reunirão nesta sexta-feira (14) em Istambul para organizar uma cúpula entre os presidentes dos países para discutir soluções para o confronto sírio. Segundo a ONU, a guerra civil síria já matou mais de 350 mil pessoas desde 2011.