Ataque aéreo mata líder do Boko Haram, dizem militares da Nigéria
As forças de segurança nigerianas já pelo menos três vezes anteriormente declararam que haviam matado Shekau, porém depois o líder extremista voltava a aparecer, em vídeos ou áudios
atualizado
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Os militares da Nigéria afirmaram nesta terça-feira (23/8) acreditar que um ataque aéreo “feriu fatalmente” o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, mas disse que não havia como confirmar ainda essa nova alegação sobre a morte do líder extremista islâmico.
Um comunicado das forças nigerianas não diz como os militares obtiveram essa informação. No caso de outros comandantes do Boko Haram, as autoridades da Nigéria dizem que já estão com as “mortes confirmadas” após um ataque aéreo ocorrido na sexta-feira (19/8).
As forças de segurança nigerianas já pelo menos três vezes anteriormente declararam que haviam matado Shekau, porém depois o líder extremista voltava a aparecer, em vídeos ou áudios. Os militares têm dito que o Boko Haram usava combatentes parecidos com o líder, para despistar sobre o paradeiro dele.
Ataque
Os ataques aéreos ocorreram enquanto Shekau orava na sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos, em uma vila de Taye, segundo comunicado assinado pelo porta-voz do Exército, coronel Sani Kukasheka Usman. O texto diz que estão confirmadas as mortes de Abubakar Mubi, Malam Nuhu e Malam Hamman, entre outros. O líder do grupo estaria “fatalmente ferido”, segundo o texto.
O comunicado é divulgado no momento em que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, está em Abuja, capital nigeriana, para se reunir com o presidente Muhammadu Buhari. A dupla deve discutir o extremismo islâmico e a segurança regional Kerry falou na manhã desta terça-feira na cidade de Sokoto, no norte nigeriano, mas não fez referência ao comunicado do Exército.
Assassinatos
Shekau começou um levante em 2009 que já matou 20 mil pessoas, que forçou mais de 2,2 milhões de pessoas a abandonar suas casas e se disseminou para além das fronteiras da Nigéria. A crise tem sido marcada por ataques mortíferos e atentados suicidas contra escolas, mesquitas e mercados, além do sequestro em abril de 2014 de quase 300 alunas de uma remota escola na cidade de Chibok, no nordeste nigeriano. Algumas dezenas delas conseguiram escapar, mas 218 seguem desaparecidas.
Um vídeo que mostra dezenas de garotas no último domingo dizia que Shekau estava disposto a negociar uma troca de prisioneiros. Buhai é pressionado a negociar a libertação das garotas.
O Boko Haram parece estar fraturado por uma luta entre lideranças, no momento em que o Estado Islâmico anunciou que o Boko Haram tinha um novo líder, enquanto Shekau insiste estar no comando. No ano passado, o líder extremista jurou aliança ao Estado Islâmico no ano passado, dando ao grupo extremista seu primeiro braço na África subsaariana.