Vila onde Jesus teria feito 1º milagre salvou brasileiros no Líbano
Comunidades cristãs no Líbano não têm sido alvos de bombardeios de Israel, que miram principalmente regiões de muçulmanos xiitas
atualizado
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Com a intensificação das operações militares de Israel contra o Hezbollah, no Líbano, uma pequena vila cristã, lugar onde Jesus Cristo teria realizado seu primeiro milagre, salvou brasileiros que tentavam escapar da violência.
Localizada na cidade de Tiro, Qana é uma comunidade cristã no sul do Líbano, e possui cerca de 10 mil residentes. Foi lá que um líbano-brasileiro e a filha pequena buscaram abrigo antes de conseguirem retornar ao Brasil.
O pequeno vilarejo é descrito em passagens bíblicas como o local onde Jesus Cristo fez o seu primeiro milagre, ao transformar água em vinho.
“Antes de eles deixarem a vida em Dahieh, os dois foram para Qana, que é uma região cristã que não está sofrendo com ataques como em outras regiões do país”, revela Regia Cilene da Silva ao Metrópoles.
Regia é mãe da pequena Anah, 7 anos, que foi enviada para o Líbano há cerca de quatro anos para viver com o pai, Mubarak (nome fictício). Os pais da criança, que já não são mais companheiros, dividem a guarda da menina.
Após buscarem abrigo na pequena vila cristã, os dois chegaram ao Brasil no último domingo (6/10), no primeiro voo de repatriação de brasileiros.
Ataques miram regiões xiitas
Fontes ouvidas pelo Metrópoles dizem que os últimos ataques israelenses no Líbano têm mirado regiões de maioria xiita, o mesmo ramo do islamismo seguido pelo Hezbollah, que atua como uma espécie de “Estado paralelo” em tais locais.
A informação bate com os recentes anúncios e avanços das Forças de Defesa de Israel (FDI), que têm atacado os subúrbios de Beirute e regiões no sul do Líbano próximas às fronteiras.
Enquanto isso, comunidades cristãs, como a vila de Qana têm se mantido a salvo dos intensos bombardeios. A estimativa é de cristãos representem de 36 a 40% da população do Líbano, o país que mais abriga adeptos da religião no mundo árabe.
A principal justificativa para o avanço israelense contra o território libanês é garantir o retorno de cidadãos de Israel ao norte do país, que foram forçados a deixar a região devido aos ataques do Hezbollah na fronteira desde outubro de 2023.
Com o avanço contra o grupo xiita, a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) estima que cerca de 1,2 milhão de pessoas já foram forçadas a se deslocarem no país.