Vídeo: soldados ucranianos são flagrados executando militares russos
Segundo informações de agências internacionais de notícias, a gravação foi feia em Dmytrivka, distante 11 quilômetros de Bucha
atualizado
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Um vídeo mostra supostos soldados ucranianos executando militares de tropas russas que teriam sido feitos reféns durante o conflito no Leste Europeu.
As imagens foram divulgadas nesta quarta-feira (6/4), mas não se sabe precisamente quando foram registradas.
Segundo informações de agências internacionais de notícias, a gravação foi feia em Dmytrivka, distante 11 quilômetros de Bucha, onde o governo ucraniano acusa a Rússia de cometer um massacre.
“Ele ainda está vivo. Filme esses saqueadores. Olha, ele ainda está vivo, ele está ofegante”, diz um homem enquanto um soldado russo é mostrado com o rosto coberto. Ele é alvejado três vezes até morrer.
Ao todo, quatro soldados aparecem deitados na estrada. A gravação mostra veículos destruídos na região.
O vídeo, divulgado pela imprensa internacional, mostra a mesma região onde vários cadáveres de cidadãos foram fotografados no meio da rua ou em valas rasas.
A nova gravação surge após o mundo ficar assombrado com vídeos divulgados no domingo (3/4), onde é possível ver cenas chocantes da tragédia na cidade de Bucha.
As imagens mostram ao menos 20 cadáveres no chão e em valas comuns. O governo ucraniano diz que mais de 400 corpos de civis foram encontrados na cidade.
Massacre
A situação foi tratada como massacre por órgãos de direitos humanos e como “genocídio” pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A Rússia sofreu uma série de novas sanções após a divulgação das imagens, como expulsão de diplomatas, bloqueio de dólares e restrições no comércio internacional.
Alerta da Otan
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) admitiu que o mundo está um lugar mais perigoso após a invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro, e cogitou novas estratégias de defesa para aliados. Nesta quarta-feira, o secretário-geral da entidade, Jens Stoltenberg, avaliou que a guerra “poderá durar muitos meses e até anos”, repetindo uma análise já feita pelos Estados Unidos.
O chefe da Otan voltou a garantir ajuda à Ucrânia. “Desde a invasão, os aliados aumentaram o seu apoio. Os aliados estão a fornecer armas antitanque, antiaéreas e sistemas de defesa aérea, mas também vários tipos de sistemas avançados de armamento”, frisou.
Ele acrescentou. “Acredito que, seja quando for que a guerra acabe, terá implicações a longo prazo para a nossa segurança, pois vimos a brutalidade. Temos visto a disponibilidade do presidente Vladimir Putin em usar força militar para atingir os seus objetivos”, concluiu.
Integrantes do grupo militar coordenado pelos Estados Unidos se reúnem nesta quarta-feira para discutir novas formas de ajuda para a Ucrânia.
Novas sanções
Os Estados Unidos, a União Europeia e o G7, grupo dos países mais ricos do mundo, confirmaram mais uma rodada de sanções econômicas e comerciais contra a Rússia. Na mira das penalidades impostas, há bancos, empresas estatais, autoridades públicas e políticos.
Nesta quarta-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, adiantou detalhes do que chamou de “pacote abrangente” de sanções. Na prática, os russos serão proibidos de fazer novos investimentos e negociações comerciais.
Entre as personalidades políticas que serão alvo das sanções, estão as filhas do presidente russo, Vladimir Putin, e parentes de ministros e ex-ministros do primeiro escalão do Kremlin (veja a lista abaixo). Eles foram acusados de esconder dinheiro no exterior.
“Amanhã, o que vamos anunciar é um pacote abrangente adicional de sanções, o que irá impor custos à Rússia e enviá-la ainda mais para o caminho do isolamento econômico, financeiro e tecnológico”, comentou.
Estados Unidos, União Europeia e G7 representam cerca de 50% do comércio mundial.
“Vamos degradar os principais instrumentos do poder estatal russo, impor danos econômicos agudos e imediatos à Rússia e responsabilizar a cleptocracia russa que financia e apoia a guerra de Putin”, concluiu.
Veja a lista dos sancionados:
- Katerina Tikhonovna – filha de Putin
- Maria Putina – filha de Putin
- Mikhail Mishutsin – primeiro-ministro russo
- Dmitry Medvedev – ex-primeiro-ministro russo
- Maria Lavrova – esposa do ministro da Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov
- Sberbank – maior banco público russo
- Alfa Bank – banco banco privado russo
A Ucrânia vive o 41º dia de ataques consecutivos desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro. O desgaste diplomático está cada vez maior e resvala em outros países. O governo ucraniano estima que 80% da população de Bucha, cidade próxima da capital Kiev, foi dizimada.
Na noite de terça-feira (5/4), o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, anunciou o envio de mais US$ 100 milhões (R$ 465 milhões) em ajuda militar à Ucrânia.
“Como as forças ucranianas continuam a combater corajosamente a invasão da Rússia, autorizei [o envio de] US$ 100 milhões para atender a uma necessidade urgente de sistemas antitanque adicionais para as forças da Ucrânia”, escreveu Blinken no Twitter.
Zelensky reclama
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, condenou o comportamento de países do Ocidente e os acusou de priorizarem a questão financeira, em detrimento de alternativas para dar fim ao horror da guerra.
A reclamação de Zelensky, feita nesta quarta-feira (6/4) no Parlamento da Irlanda, ocorre após integrantes da União Europeia se dividirem sobre novas sanções contra a Rússia.
“A única coisa que nos falta é a abordagem de princípios de alguns líderes (políticos e empresariais), que ainda pensam que a guerra e os crimes de guerra não são algo tão horrível quanto as perdas financeiras”, lamentou. “Não posso tolerar nenhuma indecisão depois de tudo o que as tropas russas fizeram”, concluiu.