Vídeo. Soldados norte-coreanos são enviados à Rússia, afirma Otan
Mark Rutte, secretário-geral da Otan, confirmou o envolvimento norte-coreano na guerra Rússia-Ucrânia
atualizado
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O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, afirmou que soldados norte-coreanos foram enviados à Rússia para lutar na guerra na Ucrânia ao lado das tropas de Moscou. A declaração ocorreu na manhã desta segunda-feira (18/10), após a informação foi confirmada por parceiros militares da Otan.
Assista a um trecho da fala do secretário:
De acordo com Rutte, o envio de tropas norte-coreanas representa “uma escalada significativa no envolvimento contínuo da RPDC [Coreia do Norte] na guerra ilegal da Rússia, mais uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e uma expansão perigosa da guerra da Rússia”.
Durante a declaração, Rutte pediu, em nome da Otan, “para que estas ações sejam encerradas imediatamente”. Para a organização, a aliança entre Pyongyang e Moscou representa uma ameaça à segurança regional e global, o que destacaria “a importância de as democracias se unirem para defender os nossos valores e enfrentar os desafios de segurança partilhados.”
“Pyongyang já forneceu à Rússia milhões de munições e mísseis balísticos que alimentam um grande conflito no coração da Europa e a minam a paz e a segurança global. Em troca, Putin está fornecendo à Coreia do Norte tecnologia militar e outros apoios para contornar as sanções internacionais”, afirmou.
Entretanto, Mark Rutte ressaltou que a aliança “é, também, um sinal do crescente desespero de Putin”.
“Mais de 600 mil soldados russos foram mortos ou feridos na guerra de Putin, e ele é incapaz de resistir ao seu ataque na Ucrânia sem apoio estrangeiro, isto porque os ucranianos estão reagindo com coragem, resiliência e engenhosidade. Os aliados da Otan continuarão a apoiar uma Ucrânia livre e democrática porque a segurança da Ucrânia é a nossa segurança.”
Por fim, o secretário-geral disse que, ainda nesta segunda, irá realizar ligações para o presidente Yoon Suk-yeol, da Coreia do Sul, e para o ministro da defesa Rustem Umerov, da Ucrânia.
Leia o comunicado na íntegra:
“Esta manhã, uma delegação da República da Coreia, um parceiro próximo da Otan, informou o Conselho do Atlântico Norte e os nossos outros parceiros indo-pacíficos, Austrália, Japão e Nova Zelândia, sobre o crescente envolvimento da Coreia do Norte na guerra ilegal de agressão da Rússia contra a Ucrânia. A delegação incluiu altos representantes do serviço nacional de inteligência e do Ministério da Defesa Nacional da República da Coreia. Os Aliados também partilharam as suas avaliações de inteligência. Hoje posso confirmar que as tropas norte-coreanas foram enviadas para a Rússia e que unidades militares da Coreia do Norte foram enviadas para a região de Kursk. O envio de tropas norte-coreanas representa: 1) uma escalada significativa no envolvimento contínuo da RPDC (Coreia do Norte) na guerra ilegal da Rússia, 2) mais uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e 3) uma expansão perigosa da guerra da Rússia.
A Otan apela à Rússia e à RPDC para que estas ações sejam encerradas imediatamente. O estreitamento da cooperação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte é uma ameaça tanto para a segurança indo-pacífica como para a Europa, pois mina a paz na península da Coreia e alimenta a guerra russa contra a Ucrânia. Pyongyang já forneceu à Rússia milhões de munições e mísseis balísticos que alimentam um grande conflito no coração da Europa e a minam a paz e a segurança global. Em troca, Putin está fornecendo à Coreia do Norte tecnologia militar e outros apoios para contornar as sanções internacionais. Isto sublinha a importância de as democracias se unirem para defender os nossos valores e enfrentar os desafios de segurança partilhados.
Mas o envio de tropas norte-coreanas para Kursk é, também, um sinal do crescente desespero de Putin. Mais de 600.000 soldados russos foram mortos ou feridos na guerra de Putin e ele é incapaz de resistir ao seu ataque na Ucrânia sem apoio estrangeiro, isto porque os ucranianos estão a reagir com coragem, resiliência e engenhosidade. Os aliados da Otan continuarão a apoiar uma Ucrânia livre e democrática porque a segurança da Ucrânia é a nossa segurança.
Hoje discutimos a necessidade de fortalecer ainda mais o apoio militar à Ucrânia. Estamos consultando ativamente a aliança com a Ucrânia e com os nossos parceiros Indo-Pacíficos sobre estes desenvolvimentos e continuamos a acompanhar de perto esta situação. Ainda hoje marquei ligações com o presidente Yun, da República da Coreia, e com o ministro da Defesa, Umerov, da Ucrânia. Obrigado. Isso é o que eu queria compartilhar com vocês esta manhã.”