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Vídeo: soldado ucraniano recita poema de amor em meio à guerra

Zhenya Perepelitsa há alguns dias era um empresário do setor de exportações, e agora se vê no campo de batalha

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Em vídeo, soldado ucraniano recita poema de amor em meio à invasão russa ao país. Ele usa uniforme em meio à floresta de neve - Metrópoles
1 de 1 Em vídeo, soldado ucraniano recita poema de amor em meio à invasão russa ao país. Ele usa uniforme em meio à floresta de neve - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes sociais

Em meio ao campo de batalha, um soldado ucraniano chamado Zhenya Perepelitsa despertou a atenção das redes sociais ao buscar na poesia alguma coisa que traduzisse o atual momento em que vive o povo da Ucrânia, invadida pela Rússia na última terça-feira (22/2).

“Eu me pergunto, quem vai acreditar que a selva da minha alma foi queimada até as cinzas pelo fogo do seu amor”, recitou Zhenya em persa para as lentes do fotógrafo Alex Lourie, que foi o responsável por fazer o vídeo viralizar nas redes sociais.

Os versos citados por Zhenya fazem parte de um poema persa do iraniano Hamid Mosadegh, intitulado: “Quem lhe dará a notícia da minha morte?”. Em uma tradução livre, o tema central do poema seria a curiosidade de saber qual seria a reação da pessoa que amamos ao saber a notícia de nossa ida, além de uma melancólica declaração de amor.

Ao citar o poema em persa, e chamar a atenção do fotógrafo que estava trabalhando aos arredores de Kiev, Zhenya parece expressar um pouco da incerteza que possivelmente ronda a cabeça de ucranianos desde o início da ação militar coordenada por Vladimir Putin.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 660 mil pessoas fugiram da Ucrânia desde que o conflito com a Rússia estourou.

Já os ucranianos que não deixaram o país, como Zhenya, parecem ter visto suas realidades virarem de cabeça para baixo, trocando a tranquilidade da paz pelo caos da guerra.

Até a última semana, Zhenya parecia viver uma vida como qualquer outra pessoa comum, e que era compartilhada em seu perfil no Instagram. Agora, em vez de momentos com a família e os dois filhos, junto dos amigos ou de seu cachorro, o ucraniano é visto em meio à uma guerra, buscando na poesia algum sentido e conforto para a atual realidade daqueles que vivem em meio ao conflito.

Leia a íntegra do poema, em tradução livre:

Às vezes eu me pergunto

Quem lhe dará a notícia da minha morte?

O momento em que você ouve falar da minha morte, por alguém

Eu gostaria de poder ver seu lindo rosto

Encolhendo os ombros, despreocupado

Acenando com as mãos – não importa

Acenando com a cabeça, “Uau! Ele morreu! Que triste!”

Eu gostaria de poder isso

Eu pergunto a mim mesmo

Quem acreditaria

Seu amor queimado em cinzas

A selva da minha alma

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