Vídeo: na França, deputado leva cigarro de maconha ao Parlamento
Parlamentares discutiam legalização da maconha no país. Presidente Emmanuel Macron já descartou essa possibilidade
atualizado
Compartilhar notícia
O deputado François-Michel Lambert levou um cigarro de maconha ao Parlamento francês na terça-feira (4/5) em um debate sobre a legalização da substância. Lambert mostrava um copo com o desenho de uma folha da planta, quando tirou um baseado de dentro do objeto.
Em seu discurso, o parlamentar afirmou que a proibição da maconha é um “fracasso total” e que a “legalização permitiria a diminuição do tráfico e a criação de impostos e de empregos”. Lambert ainda criticou o posicionamento da França em relação à legalização da erva. “Outros países escolheram enfrentar o problema em vez de se esconder”, disse.
O deputado foi repreendido pelo presidente da assembleia e ganhou uma advertência. O ministro do Interior, Gérald Darmanin, também criticou a postura de Lambert: “Você acha que os traficantes que ganham até 60 mil euros, 80 mil euros, 100 mil euros todas as semanas abrirão uma loja e declararão seu dinheiro à Fazenda?”, perguntou o ministro. “Não seja ingênuo”, rebateu.
.@fm_LAMBERT brandit un joint dans l’hémicycle pour défendre la “légalisation contrôlée” du #cannabis :
“Le tout répressif est un échec total (…) la légalisation permettrait d’assécher les trafics, de créer des recettes fiscales et des emplois. #DirectAN #QAG pic.twitter.com/v95MR5yQFC
— LCP (@LCP) May 4, 2021
No dia seguinte, foi apresentado um relatório parlamentar favorável à liberação da maconha, que visava “retomar o controle” da situação diante do tráfico e proteger os menores de idade. Mas o presidente Emmanuel Macron já descartou a legalização e, em vez disso, pediu um “um grande debate nacional sobre as drogas”.
A França é o país que mais consome cannabis em toda a Europa, com 5 milhões de usuários anuais e 900 mil fumantes diários da planta.
No entanto, quem for pego consumindo está sujeito a multas de 3.750 euros (quase R$ 25 mil) e penas de até 1 ano de prisão. Apesar das penalidades, o país não é um dos mais repressivos em relação ao tráfico, uma vez que as políticas focam mais nos usuários do que nos traficantes.