Venezuela solta 40 adolescentes presos em ato contra eleição de Maduro
Os jovens participavam de um protesto quando foram presos pelo regime de Maduro. O grupo de adolescentes foi solto no sábado (31/8)
atualizado
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Pelo menos 40 adolescentes foram libertados na Venezuela nesse sábado (31/8), segundo informações da ONG Fórum Penal. Os jovens haviam sido presos por forças policiais que suprimiam as manifestações contra o resultado eleitoral de 28 de julho, que resultou na reeleição de Nicolás Maduro.
Com a soltura dos jovens, sobe para 56 o número de manifestantes liberados pelo governo. Os outros 16 presos ganharam a liberdade na quinta-feira (29/8), sob a condição de terem de se apresentar à Justiça de oito em oito dias.
“Pelo menos 40 adolescentes foram libertados hoje”, anunciou o advogado da Fórum Penal, Alfredo Romero.
O diretor da ONG, Gonzalo Himiob, destacou que as libertações foram concedidas sob medidas cautelares e ocorreram em Mérida, Táchira, Lara, Portuguesa e Yaracuy, Bolívar e Amazonas.
Ao longo dos protestos contra o pleito venezuelano, 114 adolescentes acabaram presos e acusados de crimes de terrorismo ou traição à pátria, segundo a Fórum Penal.
A líder da oposição, María Corino, quando soube dos números, afirmou que “o que fizeram é brutal (…), crianças de 13 anos, de 14 anos, e as levaram a presídios onde estão presos comuns”.
Repressão de Maduro
O presidente Nicolás Maduro separou dois presídios de segurança máxima, Tocorón e Tocuyito, para colocar os, considerados por ele, presos políticos.
Ao longo da semana passada, os presídios receberam 700 detentos advindos dos protestos, segundo a ONG Observatório Venezuelano de Prisões. A organização também denunciou algumas “irregularidades” nas transferências.
Segundo informações dadas pela Fórum Penal, nessa quarta-feira (28/8), a Venezuela, atualmente, tem o maior número de “presos políticos” em 25 anos. Até a eleição, eram 199 presos. Após o pleito, são 1.780 detentos.
Os protestos deixaram 27 mortos e 192 feridos.