Venezuela: oposição prevê “onda migratória” se Maduro seguir no poder
Oposição venezuelana aponta risco de migração em massa e busca apoio internacional para resolver impasse político após reeleição de Maduro
atualizado
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María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, afirmou que o país pode enfrentar “uma onda migratória sem precedentes” caso o presidente Nicolás Maduro permaneça no poder.
“Se Maduro insistir em permanecer no poder, podemos ver milhões de venezuelanos deixando o país em busca de melhores condições de vida”, afirmou.
A declaração foi dada durante uma entrevista coletiva virtual a veículos de comunicação mexicanos, nesta quinta-feira (8/8), onde a líder também destacou a necessidade de uma solução pacífica para a crise.
Machado apontou o papel estratégico do México, que mantém canais de comunicação com o governo venezuelano, no esforço para mediar uma saída pacífica.
“O México tem um papel muito importante porque mantém um canal de comunicação com o regime. “Digo a AMLO (López Obrador) que se Maduro decidir agarrar-se pela força [ao poder], poderemos ver uma onda de migração como nunca vimos, com três, quatro, cinco milhões de venezuelanos [saindo do país] em muito pouco tempo”, disse María Corina aos jornalistas mexicanos.
A líder opositora deixou claro que Maduro só reconhecerá a derrota nas eleições se houver pressão internacional e também dentro do próprio país.
Reeleição de Maduro é contestada
A situação na Venezuela tem atraído atenção internacional, especialmente após a contestada reeleição de Maduro, cuja legitimidade é questionada por diversos países como Espanha, Noruega, Colômbia e Estados Unidos, que exigem mais transparência no processo eleitoral.
A oposição, liderada por María Corina Machado, divulgou recentemente os resultados de uma ampla base de votação, que indicam uma vitória para o candidato opositor Edmundo González Urrutia em todos os estados venezuelanos.
Além de destacar os impactos regionais de um possível aumento migratório, María Corina enfatizou a importância de um diálogo internacional que respeite a vontade do povo venezuelano.
“A resolução pacífica da crise é de interesse de toda a região”, afirmou, sugerindo que o reconhecimento dos resultados eleitorais pode abrir caminho para uma transição governamental negociada.
Enquanto isso, o governo de Maduro intensificou as investigações contra membros da oposição, incluindo uma investigação penal contra María Corina e González.
Apesar das pressões, a líder opositora reafirmou seu compromisso em continuar a luta por um processo democrático na Venezuela, destacando a necessidade de cautela e resiliência por parte da população.
“Vamos continuar firmes, mesmo diante da repressão, porque não podemos desistir do nosso país”, concluiu.