Venezuela: governo do Brasil aguarda “verificação imparcial” de votos
Ministério das Relações Exteriores (MRE) ainda não reconheceu a vitória de Nicolás Maduro nas eleições e aguarda mais informações
atualizado
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O governo brasileiro, por meio de nota do Ministério das Relações Exteriores (MRE), informou acompanhar “com atenção o processo de apuração” da eleição para presidente na Venezuela e parabenizou o “caráter pacífico da jornada eleitoral”. Eleitores foram às urnas no domingo (28/7).
Segundo o texto, o governo brasileiro “reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”.
O MRE também “aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
A nota vai de acordo com o posicionamento dado mais cedo pelo assessor especial de assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim. Segundo o assessor, é preciso cautela, e o Brasil aguardará todas as atas ao redor da Venezuela para reconhecer um resultado.
“Também não vou endossar nenhuma narrativa de que houve fraude. É uma situação complexa, e nós queremos apoiar a normalização do processo político venezuelano”, informou Amorim em nota à imprensa.
A população tinha de decidir entre dois principais candidatos: o atual presidente, Nicolás Maduro, e o opositor, Edmundo González.
Na madrugada desta segunda-feira (29/7), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou Maduro como vencedor. A oposição, no entanto, alegou que González ganhou com ao menos 70% de votos, mas não apresentaram provas.
Após a divulgação da reeleição de Maduro, o site do CNE saiu do ar e continua inacessível.
Os opositores, em coletiva de imprensa, acusaram irregularidades no processo eleitoral e citaram dificuldade de acesso às atas impressas das zonas eleitorais. Eles teriam obtido apenas 40% dos documentos para checagem.
As vésperas do pleito foram marcadas por clima de tensão, com ameaças de Maduro de um “banho de sangue” caso perdesse e ataque aos processos eleitorais do Brasil e dos Estados Unidos.