Venezuela e Guiana dizem que vão respeitar direito internacional
Uma declaração conjunta foi emitida e divulgada sobre a reunião que ocorreu entre a Venezuela e a Guiana, na última quinta-feira (14/12)
atualizado
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Os presidentes da Guiana, Irfaan Ali, e da Venezuela, Nicolás Maduro, concordaram que qualquer controvérsia sobre o território de Essequibo será resolvida de acordo com o direito internacional, o que inclui o Acordo de Genebra de 1966. E que, em busca de evitar conflitos, prezam pela intermediação brasileira.
As decisões saíram de reunião na quinta-feira (14/12), realizada a fim de tentar uma solução diplomática para a ameaça venezuelana de indexar parte do território da Guiana.
Em busca de evitar incidentes sobre a região que aumentem as tensões, ambos países se comprometem em se comunicar diretamente, com a Comunidade dos Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac) e da Comunidade do Caribe (Caricom), e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para que seja feita a intermediação.
O documento que discorre sobre a reunião foi disponibilizado na noite de quinta-feira (14/12). Nele, há ainda um agradecimento ao presidente Lula por seu papel “no êxito dessa reunião”.
O Acordo de Genebra de 1966 reforça a reivindicação de Maduro sobre o território, com direitos de soberania sobre a região, que está dentro da Guiana.
As falas sobre “convivência pacífica e unidade” na América Latina ocorrem após declarações de Lula, nas quais ele afirma que “não precisamos de guerra na América do Sul”.
Os dois países reforçam estar unidos pela convivência pacífica na América Latina. E concordaram que não houve emprego de força nem ameaças durante os desentendimentos acerca de Essequibo, que se estendem desde a votação que propunha a anexação do território guiano.
Venezuela e Guiana trataram diretamente do problema de Essequibo
Os presidentes trataram sobre a região de Essequibo durante o encontro, que ocorreu na sede da Celac e da Caricom, em São Vicente e Granadinas nessa quinta-feira (14/12).
A reunião tinha entre os intermediadores o Brasil, que tentava evitar uma escalada das tensões para um conflito armado, e terminou com um aperto de mãos.
Após conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no sábado (9/12), Nicolás Maduro amenizou o tom nas falas sobre a Guiana. Depois, porém, ele voltou a reivindicar o território, e Ali reiterou que a fronteira não estava em discussão.
No último domingo (3/12), o governo de Maduro promoveu um plebiscito em que consultou a população a respeito da possibilidade de anexar a província de Essequibo. A consulta terminou com 96% dos cidadãos favoráveis à anexação do território.
Diante do resultado, Maduro assinou seis decretos para dar continuidade à anexação de parte do território da Guiana.