Veja quais são os países que apoiam os ataques russos à Ucrânia
Diversos líderes repudiaram a atitude do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de invadir o país vizinho, mas ele também recebeu apoio
atualizado
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A maior parte dos países condenou a Rússia após a invasão da Ucrânia, iniciada na última quinta-feira (24/2). Os Estados Unidos, grande parte da Europa e diversas outras nações se manifestaram contra a medida tomada pelo presidente russo, Vladimir Putin.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar do Ocidente com 30 membros, forneceu apoio logístico e militar à Ucrânia. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas se posicionou contrário à iniciativa russa, mas a sanção foi vetada por Moscou, que é membro permanente – e, portanto, com direito a veto.
Alguns países que nasceram da antiga União Soviética e vivem sob a área de influência russa, como Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão, adotaram o silêncio como forma de autodefesa. O presidente do Quirguistão, Sadyr Jarapov, foi o único líder da região que expressou um endosso tácito à Rússia.
“Talvez esta tenha sido uma medida forçada para proteger a população civil do território de Donbass, onde vive um grande número de cidadãos russos. Gostaria de salientar que o reconhecimento de um ou outro estado é o direito soberano de qualquer país”, escreveu Jarapov, no Facebook.
Já líderes de extrema direita divergiram quanto ao apoio a Putin. O presidente da Hungria, Viktor Órban, que é aliado do russo, condenou o ataque, enquanto o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump o apoiou, em entrevista a um programa de televisão norte-americano.
O Brasil emitiu sinais dúbios. O presidente Jair Bolsonaro, que manifestou solidariedade à Rússia em viagem presidencial a Moscou dias atrás, evitou qualquer posicionamento sobre o conflito e desautorizou o vice-presidente Hamilton Mourão, que criticou o ataque. Contudo, após pressão, o país votou contra os russos no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
Apesar das diversas críticas à invasão, o presidente russo também reuniu manifestações de apoio.
Bielorrússia
Bielorrússia é localizada entre Rússia e Ucrânia, o que lhe confere uma posição estratégica e perigosa no conflito. O presidente Alexander Lukashenko, considerado o último ditador da Europa e um dos maiores aliados de Putin, reconheceu a independência das regiões separatistas em Donbass – Donetsk e Luhansk, no leste ucraniano.
O presidente russo, inclusive, teria avisado ao homólogo bielorrusso pouco antes de iniciar os ataques à Ucrânia e sugeriu estar aberto ao diálogo com a Ucrânia em Minsk, capital bielorrussa.
China
As manifestações dúbias de Pequim deixam uma incógnita sobre o apoio ou não à Rússia nesta invasão da Ucrânia. Afinal, a relação com a China, que é uma das maiores potências globais e antagoniza com os Estados Unidos, é estratégica para a manutenção de poder russo na região.
A China vem pedindo que as partes envolvidas no conflito no Leste Europeu dialoguem para buscar uma saída pacífica, porém recentemente sinalizou apoio a Moscou. O país também se absteve de votar a favor de sanção contra a Rússia no Conselho de Segurança da ONU.
“A mentalidade da Guerra Fria deve ser descartada completamente. As preocupações legítimas de segurança de todos os países devem ser respeitadas. Dadas as cinco rodadas consecutivas de expansão para o leste da Otan, as legítimas demandas de segurança da Rússia devem ser levadas a sério e devidamente tratadas”, disse o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi.
Cuba
Rússia e Cuba possuem relações política – ambas antagonizam com os Estados Unidos – e comercial. Os russos, inclusive, têm enviado ajuda humanitária para a ilha caribenha enfrentar a pandemia da Covid-19.
“O governo dos Estados Unidos há semanas vem ameaçando a Rússia e manipulando a comunidade internacional sobre os perigos de uma ‘iminente invasão massiva’ da Ucrânia. [Os EUA] forneceram armas e tecnologia militar, enviaram tropas para vários países da região, aplicaram sanções unilaterais e injustas e ameaçaram com outras represálias. Paralelamente, acionou uma campanha propagandística anti-Rússia”, diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores cubano.
Irã
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, disse ao presidente russo, por telefone, que a expansão da Otan era uma “séria ameaça” à segurança e estabilidade da região. “A expansão da Otan é uma séria ameaça a estabilidade e a segurança de países independentes de diferentes regiões”, afirmou Raisi.
Irã e Estados Unidos não têm relações diplomáticas desde a Revolução Iraniana de 1979, e isso aproximou persas e russos.
Síria
O presidente da Síria, Bashar Al-Assad, apoiou a decisão russa de reconhecer as duas regiões separatistas ao leste da Ucrânia e classificou a iniciativa como “correção da história e restauração do equilíbrio que se perdeu após a dissolução da União Soviética”.
Damasco e Moscou são fortes aliados desde que o Kremlin interveio a favor de Al-Assad na guerra civil da Síria em 2015.
Nicarágua
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, foi um dos primeiros líderes a declarar apoio a Putin quanto à invasão da Ucrânia. Ortega sugeriu, inclusive, que se for realizado um referendo, como no caso da Crimeia, as pessoas votarão para anexar os territórios à Rússia.
“A Ucrânia está procurando uma maneira de entrar na Otan, e entrar na Otan é dizer: ‘vamos à guerra com a Rússia’. E isso explica por que a Rússia está agindo do jeito que está: está simplesmente se defendendo”, disse.
Sérvia
Aliado de Putin, o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, rejeitou os pedidos dos Estados Unidos e da União Europeia – a qual deseja integrar – para impor sanções a Moscou, embora tenha dito que a invasão é contra a lei internacional. Com laços históricos com a Rússia, a Sérvia vem tentando se equilibrar entre o aliado e o Ocidente.
Venezuela
A Venezuela, governada por Nicolás Maduro, é uma das principais nações aliadas da Rússia na América do Sul. Maduro repudiou o que considera “planos perversos que pretendem rodear militar e estrategicamente a Rússia” e foi incisivo ao declarar apoio a Putin e aos russos.
Desde Venezuela repudiamos los planes perversos que pretenden rodear militar y estratégicamente a Rusia. Todo el apoyo al Presidente Putin y a su pueblo. Estamos seguros que Rusia saldrá unida y victoriosa de esta batalla, con la admiración de los pueblos valientes del mundo. pic.twitter.com/tJaWOVr8II
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) February 23, 2022
“Estamos seguros de que a Rússia sairá unida e vitoriosa dessa batalha, com a admiração dos povos valentes do mundo”, afirmou Maduro.