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Veja como o Afeganistão será afetado com o Talibã no poder

Há 20 anos, quando o grupo extremista assumiu o poder pela primeira vez, o consumo de álcool, música e celular era estritamente proibido

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Saqib Majeed/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Burca
1 de 1 Burca - Foto: Saqib Majeed/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Diante da retirada das tropas americanas, o grupo extremista Talibã conquistou o Afeganistão e assumiu o controle do palácio presidencial do país, instalado na capital Cabul, em menos de um mês de campanha militar. Com isso, moradores temem a volta das práticas medievais e de uma série de proibições que ocorriam na década de 1990, quando o grupo insurgente ocupou o poder pela primeira vez.

Há 20 anos, antes de o exército dos Estados Unidos chegar a Cabul em ofensiva aos ataques de 11 de setembro, não faltavam relatos de restrições. O consumo de álcool, por exemplo, era totalmente proibido. Além disso, as punições físicas (em sua maioria mutilações), para pessoas acusadas de roubo e adultério, eram muito comuns.

Na época, o grupo também impunha aos homens o uso de barba e às mulheres, a burca – vestimenta que cobre todo o corpo, inclusive os cabelos, e apresenta uma estreita tela, à altura dos olhos, através da qual se pode ver. Já há relatos de que os militantes voltaram a cobrar essas regras desde domingo (15/8).

O grupo insurgente determinou como obrigatória a presença masculina (já que mulheres são proibidas) nas mesquitas às sextas-feiras, dia sagrado para o islamismo.

Nesta segunda (16/8), Lotfullah Najafizada, chefe do serviço de notícias afegão Tolo News, publicou uma foto na qual um homem cobre de tinta imagens de mulheres pintadas em um muro da capital do Afeganistão.

Internet

Outro tremor é de que o acesso às mídias sociais e ao celular seja proibido, como em 1990. Durante esse período, ouvir música também não era aceito socialmente. Com o intuito de fiscalizar as ações da população, o grupo criou uma polícia de costumes, que não media esforços para punir os “infratores” com açoitamentos ou assassinatos.

A angústia dos afegãos de que essas regras retornem levou alguns à morte. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram duas pessoas caindo de um avião que deixava a cidade de Cabul, no Afeganistão, nesta segunda-feira (16/8) em uma tentativa de fuga. Ao menos outras três pessoas morreram durante tumulto na pista do aeroporto de onde partia o voo após o Talibã tomar o governo do Afeganistão no domingo.

O avião levava norte-americanos que estavam no país, mas até mesmo essa evacuação foi interrompida em uma tentativa de controlar a situação no local. Muitas famílias buscam migrar para outros países. Milhares de pessoas procuram refúgio no Canadá e em países vizinhos, como o Paquistão.

Mulheres

Outra grande preocupação de ativistas e autoridades políticas é sobre como ficará a situação escolar das mulheres, uma vez que, na década de 1990, a maior privação do Talibã para o grupo era a educação. Muçulmanas não podiam frequentar escolas e universidades.

De acordo com a agência de notícias AFP, algumas famílias ainda foram forçadas a entregar meninas e mulheres solteiras para se tornarem esposas dos combatentes do grupo insurgente.

A situação pode piorar a qualquer momento. Militantes confirmaram à BBC que vão reimpor sua versão da lei islâmica, conhecida como sharia, que inclui apedrejamento por adultério, proibição de meninas com mais de 12 anos de ir à escola e amputação de membros por roubo.

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