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Papa se desculpa após dizer que existe “bichice demais” em seminários

Em reunião fechada com bispos, no Vaticano, papa Francisco teria dito que os seminários já estão muito cheios de “bichice”

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Papa Francisco sentado em missa no Vaticano - Metrópoles
1 de 1 Papa Francisco sentado em missa no Vaticano - Metrópoles - Foto: Getty Images

O Vaticano pediu desculpas após vazar uma conversa do papa Francisco com bispos, em que ele usa termos depreciativos para a comunidade LGBTQIA+. Durante um encontro da Conferência Episcopal Italiana (CEI), o argentino afirmou os seminários já estão muito cheios de “frociaggine”, xingamento que poderia ser traduzido como “viadagem” ou “bichice”.

Na nota, o órgão afirma que Francisco não pretendia usar linguagem homofóbica e pede desculpas a qualquer pessoa ofendida.

“O papa Francisco está ciente dos artigos publicados recentemente sobre uma conversa, a portas fechadas, com os bispos da CEI. […] Como afirmou em diversas ocasiões, ‘na Igreja há lugar para todos, para todos! Ninguém é inútil, ninguém é supérfluo, há lugar para todos. Tal como somos, todos nós'”, diz o comunicado.

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Papa Francisco em missa de Domingo de Ramos
Papa Francisco se encontra com o presidente da Argentina, Javier Milei, durante uma audiência no Palácio Apostólico
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Francisco teria feito o comentário em uma reunião a portas fechadas com bispos. Nos bastidores, o papa também teria reiterado que os gays não deveriam ser autorizados a se tornarem padres.

“O papa nunca teve a intenção de ofender ou de se expressar em termos homofóbicos e pede desculpas àqueles que se sentiram ofendidos pelo uso de um termo relatado por outros”, diz ainda a nota.

Papa já tinha falado de acolhimento

O encontro aconteceu no dia 20 de maio, e o site de fofocas políticas Dagospia foi o primeiro a divulgar as frases. Nos corredores do órgão, há a desconfiança de que bispos que não concordam com a liderança de Francisco têm feito uma campanha contra ele em sites desse tipo.

O Il Messaggero, jornal romando defensor do argentino, trouxe um comentário que dá a entender esse tipo de conflito. “É tudo culpa de algum bispo que quebrou o seu mandato de silêncio para denunciar a gafe que ocorreu na semana passada”, traz o jornal.

Desde que começou sua gestão, o papa de 87 anos tem adotado uma abordagem mais acolhedora a comunidades como LGBTQIA+ e casais em segunda união. “Se uma pessoa é gay e busca a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?”, disse em 2013, quando retornava do Brasil, onde participou da Jornada Mundial da Juventude.

Por outro lado, em 2018, Francisco pediu a bispos italianos que analisassem com cuidado os candidatos ao sacerdócio, para rejeitar qualquer um que se suspeitasse gay.

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