Vaticano condena ex-cotado a papa a cinco anos de prisão por fraude
Cardeal Becciu, que foi conselheiro do Papa Francisco, foi acusado de ter desviado dinheiro do Vaticano para enriquecimento pessoal
atualizado
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O Tribunal Penal do Vaticano condenou, neste sábado (16/12), o cardeal italiano Angelo Becciu, antigo conselheiro do Papa Francisco, a cinco anos e meio de prisão por fraude financeira.
Becciu, de 75 anos, já foi cotado como um candidato a ser papa e é o membro da Igreja Católica de mais alta graduação a ser condenado por desvios de dinheiro desde os escândalos fiscais que foram revelados desde 2019.
O julgamento centrou-se num negócio imobiliário em Londres, a compra em 2015 de um luxuoso edifício de 17 mil metros quadrados, que foi indicada como um desvio de verba para enriquecimento ilícito do cardeal.
Becciu também foi acusado de desviar somas de dinheiro para a sua diocese natal, a Sardenha, algumas das quais teriam beneficiado a sua família em enriquecimento ilícito.
Tanto o religioso como seus advogados negaram as acusações e afirmaram que recorreriam da decisão.
Outros nove advogados e ex-funcionários do Vaticano foram acusados de vários crimes, incluindo fraude, lavagem de dinheiro e abuso de poder. Todos negaram qualquer irregularidade e receberam penas similares à de Becciu.
Papa usou caso como exemplo
Todo o caso tornou-se um teste para o Papa Francisco e a pena dura foi vista como a aplicação de um exemplo. Francisco entrou na Igreja anunciando o projeto de limpar as finanças do Vaticano, que foram alvo de escândalo já na gestão de seu antecessor, Bento 16.