“Vamos unir o país”, promete Giorgia Meloni após eleições na Itália
Partido de extrema direita saiu vitorioso das eleições deste domingo (25/9). Meloni será a primeira mulher no cargo de primeira-ministra
atualizado
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Líder da extrema direita da Itália, Giorgia Meloni prometeu unir o país no primeiro discurso após o partido declarar vitória nas eleições deste domingo (25/9). Com o resultado e após a confirmação do presidente, Sergio Matarella, ela deverá se tornar a primeira mulher a assumir o cargo de primeira-ministra italiana.
Meloni é líder do partido Irmãos de Itália, sigla italiana de extrema direita que tem suas raízes no fascismo. Esta é a primeira vez que um governo tão conservador assume o poder desde Benito Mussolini, antes da 2ª Guerra Mundial. Apesar da inclinação, ela prometeu governar “para todos”.
“Se fomos escolhidos para governar este país, nós o faremos por todos os italianos, com a vontade de unir o povo e de nos concentrarmos naquilo que nos une, e não naquilo que nos divide”, disse, em um discurso logo após o anúncio dos resultados. “Chegou a hora da responsabilidade.”
Meloni lembrou a trajetória do partido, no período em que a legenda passou de um grupo marginal de extrema direita para se tornar a força política mais influente da Itália, consagrada pelas eleições deste domingo.
“Para muitos de nós, esta é uma noite de orgulho, redenção, lágrimas, abraços, sonhos e memórias”, afirmou Meloni, em pronunciamento às 2h30 (horário local). “Este é um ponto de partida, não uma linha de chegada. A partir de amanhã, temos que provar nosso valor”, destacou, em uma fala carregada de emoção.
A decisão final sobre quem será o próximo premiê da Itália, no entanto, cabe ao presidente. O passo será dado até o final de outubro, após conversa de Sergio Matarella com líderes do partido.
Os votos não foram totalmente contados, mas o partido Irmãos da Itália tem a vitória assegurada com 26% dos votos. A chapa dos partidos Irmãos da Itália, de Giorgia Meloni; Liga, de Matteo Salvini; e Força, Itália, de Silvio Berlusconi; deve reunir 43,85% dos votos. Desta forma, a coalizão pode obter a maioria nas duas Casas Legislativas, sem precisar negociar com outras forças.
Renúncia
O presidente da Itália, Sergio Matarella, aceitou em 21 de julho a renúncia do primeiro-ministro Mario Draghi. Na ocasião, ele dissolveu o Parlamento e antecipou as eleições no país. A decisão significa um ponto final ao período de estabilidade no poder italiano, depois que a nação mergulhou em uma crise política ocasionada por um colapso da coalizão governista.
O clima de tensão se instaurou após o partido Movimento 5 Estrelas (M5E, sigla em português) decidir boicotar uma votação crucial no Senado, que tinha a validade de voto de confiança do governo. Apesar de conseguir os números necessários para um resultado favorável, o premiê saiu da sessão enfraquecido politicamente.