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Uso de preservativo cai entre adolescentes na Europa e preocupa OMS

O uso de preservativos entre adolescentes sexualmente ativos diminuiu significativamente na Europa nos últimos dez anos

atualizado

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Foto colorida em close de um casal abraçado com o homem colocando uma camisinha no bolso de trás da calça da mulher - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida em close de um casal abraçado com o homem colocando uma camisinha no bolso de trás da calça da mulher - Metrópoles - Foto: M Suleman khan/ 500px/Getty Images

O uso de preservativos entre adolescentes sexualmente ativos diminuiu significativamente na Europa nos últimos dez anos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em um relatório publicado nesta quinta-feira (29/8), a proporção de relações sexuais desprotegidas é “preocupante”.

O documento afirma que este comportamento é resultado de “esforços reacionários” contra a educação sexual. “Esta situação expõe os jovens a um risco significativo de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e de gravidezes indesejadas”, escreve a OMS Europa em comunicado.

De acordo com dados obtidos de mais de 242 mil jovens de 15 anos em 42 países da região, que inclui a Ásia Central, a proporção de meninos que relataram ter usado preservativo em sua última relação sexual caiu de 70% em 2014 para 61% em 2022.

A percentagem de meninas adolescentes que afirmaram ter usado preservativo na última relação sexual passou de 63% para 57% durante este período.

Quase um terço dos adolescentes (30%) afirmou não ter usado preservativo ou pílula anticoncepcional na última relação sexual, um número que pouco mudou desde 2018.

O uso da pílula também permaneceu bastante estável entre 2014 e 2022, com 26% dos jovens de 15 anos relatando que elas ou, no caso dos meninos, suas parceiras usaram a pílula anticoncepcional durante a última relação sexual.

Diferenças sociais

O relatório mostra também que 33% dos adolescentes de famílias mais pobres afirmam não ter usado preservativo ou pílula anticoncepcional, em comparação com 25% dos jovens de famílias mais ricas.

“A educação sexual abrangente e adequada à idade continua a ser negligenciada em muitos países e, quando disponível, tem sido cada vez mais atacada nos últimos anos, alegando que incentiva o comportamento sexual”, disse Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, citado no comunicado de imprensa. “Na realidade, dotar os jovens com o conhecimento certo no momento certo permite resultados de saúde ótimos, ligados a comportamentos e escolhas responsáveis”, acrescenta.

Para a OMS, além do aumento das IST e das gravidezes indesejadas, a educação sexual insuficiente leva ao aumento dos custos com cuidados de saúde e perturba as carreiras educativas e profissionais dos jovens.

“Estamos colhendo os frutos amargos destes esforços reacionários e o pior ainda está por vir, a menos que os governos, as autoridades de saúde, o setor da educação e outras partes interessadas chave reconheçam verdadeiramente as causas profundas da situação atual e tomem medidas para remediá-la.” acrescenta a organização.

Educação sexual positiva

De acordo com François Dabis, presidente do Comitê de Estratégia Nacional de Saúde Sexual e Reprodutiva da França, essa tendência é observada na maioria dos países e é de longo prazo.

“O HIV não assusta mais como assustava antes, mas o principal é que em todos os países, não educamos suficientemente os jovens para a sexualidade, principalmente no meio escolar”, disse o especialista à RFI. “Existe um problema de educação sexual”, alertou.

“Sim, essa doença (Aids) tornou-se crônica e por isso não assusta mais. Mas não podemos ver a educação para a sexualidade como uma simples luta contra as ameaças”, diz. “Temos que dar aos jovens uma educação para a sexualidade positiva, reunindo todos os elementos dessa sexualidade, incluindo, claro, a violência, mas também questões de igualdade”, salienta François Dabis.

Leia mais reportagens como essa no RFI, parceiro do Metrópoles.

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