Uruguaios aproveitam crise na Argentina para “turismo de supermercado”
A inflação na Argentina apresenta alta acumulada em 12 meses chegou a 115,6%, a inflação mais alta no país desde agosto de 1991
atualizado
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Lojas e supermercados do Uruguai na fronteira com a Argentina passam por uma crise devido às baixas vendas. O motivo? Com preços bem abaixo do normal, graças à crise econômica local, o comércio argentino ganha clientes do país vizinho, que cruzam a fronteira para economizar nas compras. É o chamado “turismo de supermercado”.
“Lá no Uruguai o combustível custa setenta pesos (1,58 dólar) por litro e aqui na Argentina pagamos vinte pesos (0,53 dólar), então é muito melhor para nós”, disse o uruguaio Robert de Lima ao G1.
A inflação argentina apresenta alta acumulada em 12 meses de 115,6%, a inflação mais alta no país desde agosto de 1991. A Argentina vive cenário de inflação persistente nos últimos anos, com incapacidade de pagar sua dívida externa e desvalorização do peso argentino em relação ao dólar.
A inflação segue persistente acima do patamar de 100% ao ano, apesar da taxa básica de juros ter chegado a mais de 90%.
“Há estabelecimentos fechando, lojas endividadas e evidentemente nenhum sinal de que isso vai acabar logo”, afirmou Abelardo Alzaibar, dono de uma farmácia em Fray Bentos, no Uruguai.
O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, declarou que reconhece as exigências de governadores regionais para que seu governo implemente um imposto de importação temporário sobre mercadorias estrangeiras que passam pela fronteira.