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Uruguai começa venda em farmácias de maconha para consumo recreativo

A droga legalizada, produzida por duas empresas privadas escolhidas pelo governo, será vendida a 187,04 pesos (R$ 20,61) para cada 5g

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goias derruba veto de projeto de lei que dispõe sobre o uso de cannabis medical
1 de 1 goias derruba veto de projeto de lei que dispõe sobre o uso de cannabis medical - Foto: Reprodução

A partir desta quarta-feira (19/7) os 3,4 milhões de habitantes do Uruguai podem encontrar nas farmácias do país pacotes com maconha para uso recreacional. A droga legalizada, produzida por duas companhias privadas escolhidas pelo governo em uma licitação pública, será vendida a 187,04 pesos (R$ 20,61) para cada 5g, preço similar ao praticado no mercado ilegal.

A operacionalização da venda de maconha legalizada era esperada desde dezembro de 2013, quando o governo do então presidente José “Pepe” Mujica aprovou a lei que regulamentou a produção, comercialização e distribuição da maconha — além de legalizar o plantio doméstico e o cultivo cooperativo.

A venda ocorrerá inicialmente em 16 locais credenciados que, até a noite de ontem ainda não tinham sido divulgados. Os usuários poderão comprar até 10 gramas por semana, limitados a 40g por mês. O comércio, porém, não é livre. Somente quem tiver se cadastrado pode comprar — tanto cidadãos uruguaios quanto estrangeiros, desde que residam legalmente no país. O registro pode ser feito em agências dos correios.

O número pequeno de centros de distribuição se deve ao fato de o governo do presidente, Tabaré Vázquez, não ter fechado acordos com as grandes redes de farmácias. Ao anunciar esta etapa, no começo do mês, o governo disse que mais 20 farmácias devem ser incorporadas aos pontos de venda em breve, mas não deu datas.

O cenário faz com que o acesso à maconha legalizada ainda não seja garantido em todo o país e coloca em xeque alguns dos argumentos da Lei de Regulação da Cannabis: a diminuição do poder do narcotráfico e a redução da dependência dos uruguaios de drogas mais pesadas.

Segundo levantamento do Instituto de Regulação e Controle da Cannabis (Ircca) — agência reguladora estatal —, 4,9 mil pessoas se inscreveram para comprar maconha nas farmácias. Destas, 60% moram em Montevidéu e 70% são homens. A maioria tem entre 30 e 44 anos.

Para evitar constrangimentos, o governo desenvolveu o sistema de venda de forma que os compradores não precisam fornecer dados pessoais nas farmácias, já que todo o processo é realizado com impressões digitais cadastradas. Ainda segundo o Ircca, 6.948 pessoas se inscreveram para cultivar maconha em casa, enquanto os clubes, de 15 a 45 pessoas, são oficialmente 63.

O Ircca informou que a maconha será encontrada em duas variedades, denominadas Alfa I e Beta I, embaladas em estado natural. Ambas têm cerca de 2% de Tetraidrocanabinol (THC), componente psicoativo da planta, mas diferem na quantidade de Canabidiol (CBD), que modera os efeitos da droga. Enquanto a primeira tem 7% de CBD, a segunda tem um pouco menos: 6%, além de ser da variedade sativa.

A droga vendida no mercado ilegal costuma ter até 10% de THC, sem a presença de CBD. Por isso, espera-se que o governo introduza novas variantes da maconha legal. Em artigo, o site La Diaria afirmou que fontes ligadas às empresas que plantam a maconha uruguaia afirmaram que um novo lote poderia dobrar para 4% a quantidade de THC para fazer frente ao produto ofertado por traficantes.

Para Marco Algorta, dono da loja de produtos canábicos Planeta Ganja e membro de um clube de cultivo em Montevidéu, a vantagem competitiva da maconha estatal é a qualidade. “O mercado negro vende o produto prensado, muito inferior”, disse ao Estado. “É como pagar o mesmo preço entre uma salsicha e um filé mignon.”

A limitação do princípio ativo da maconha não afeta, por exemplo, os uruguaios que cultivam as drogas em casa ou em clubes, onde o produto obtido pode conter até 20% de THC. Uma pesquisa divulgada pelo programa de TV Subrayado, do Canal 10, indicou que 62% da população não está de acordo com a venda de maconha nas farmácias.

Conheça sete doenças que a maconha pode tratar ou prevenir:

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2. Dor: O uso da cannabis para controle de dores fortes ou crônicas é objeto antigo de estudo da ciência. Até porque, segundo Renato Malcher, os efeitos colaterais da cannabis são “bem menos” graves que os da morfina, por exemplo, substância derivada do ópio. Um dos estudos mais recentes, publicado em outubro passado no “The Journal of Pain”, comparou 215 fumantes experientes que fumavam 2,5 g por dia com não fumantes entre 2004 e 2008. Todos sofriam de alguma dor crônica não relacionada ao câncer. Ao final, os fumantes relataram menos dor, melhor humor e nenhum risco aumentado de efeitos adversos em comparação aos não fumantes.
3. Morte por overdose de analgésicos:
Além de servir como tratamento ou alívio de sintomas, nos Estados Unidos, em estados onde a maconha é legalizada, o número de mortes por overdoses causadas por uso de analgésicos diminuiu em quase 25%, segundo um estudo publicado no JAMA Internal Medicine. Cerca de 100 pessoas morrem por dia no país por abuso de remédios para dor.
As metas de Ano-Novo podem causar frustrações
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1. Esclerose múltipla: Alguns pacientes já usavam maconha para aliviar sintomas da doença, até que a ciência resolveu investigar se a sensação de bem-estar era apenas pelo efeito da planta. Em dois estudos diferentes, a conclusão foi que essas pessoas não estavam assim tão erradas. Em um deles, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, a equipe isolou células imunes de ratos paralíticos que especificamente “atacavam” as células neurais e a medula e as trataram com CBD e THC. Nos dois casos, as células produziram menos moléculas inflamatórias, principalmente os tipos mais comumente relacionados à esclerose múltipla. Outros estudos mostram que a maconha pode devolver o controle de braços e pernas aos pacientes ao aliviar os espasmos musculares causados pela doença.

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2. Dor: O uso da cannabis para controle de dores fortes ou crônicas é objeto antigo de estudo da ciência. Até porque, segundo Renato Malcher, os efeitos colaterais da cannabis são “bem menos” graves que os da morfina, por exemplo, substância derivada do ópio. Um dos estudos mais recentes, publicado em outubro passado no “The Journal of Pain”, comparou 215 fumantes experientes que fumavam 2,5 g por dia com não fumantes entre 2004 e 2008. Todos sofriam de alguma dor crônica não relacionada ao câncer. Ao final, os fumantes relataram menos dor, melhor humor e nenhum risco aumentado de efeitos adversos em comparação aos não fumantes.

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3. Morte por overdose de analgésicos: Além de servir como tratamento ou alívio de sintomas, nos Estados Unidos, em estados onde a maconha é legalizada, o número de mortes por overdoses causadas por uso de analgésicos diminuiu em quase 25%, segundo um estudo publicado no JAMA Internal Medicine. Cerca de 100 pessoas morrem por dia no país por abuso de remédios para dor.

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