Unicef: 4,3 milhões de crianças já deixaram a Ucrânia na guerra
Número representa mais da metade da população infantil da Ucrânia, calculada em 7,5 milhões
atualizado
Compartilhar notícia
Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), metade das crianças e adolescentes ucranianas já deixou o país desde que a guerra com a Rússia teve início, em 24 de fevereiro.
“Um mês de guerra na Ucrânia provocou o deslocamento de 4,3 milhões de crianças, mais da metade da população infantil do país, calculada em 7,5 milhões”, disse a organização. Desse total, 1,8 milhão de crianças eram menores de idade, enquanto 2,5 milhões ainda estão na Ucrânia.
“A guerra provocou um dos maiores e mais rápidos deslocamentos de crianças desde a Segunda Guerra Mundial”, afirmou a diretora geral do Unicef, Catherine Russell.
“É uma triste realidade que corre o risco de ter consequências duradouras para as próximas gerações. A segurança das crianças, seu bem-estar e o acesso aos serviços essenciais estão ameaçados por uma violência horrível e ininterrupta”, acrescentou Russell.
De acordo com a Unicef, as crianças que estão fugindo do país em guerra correm mais risco de tráfico e exploração. Uma análise feita pela organização e pelo Grupo de Coordenação Interagências contra o Tráfico (ICAT) aponta que 28% das vítimas de tráfico identificadas em todo o mundo são crianças.
“A guerra na Ucrânia está levando a deslocamentos em massa e fluxos de refugiados – condições que podem levar a um aumento significativo no tráfico de pessoas e a uma crise aguda de proteção infantil”, salientou Afshan Khan, diretor regional do Unicef para a Europa e Ásia Central.
“Crianças deslocadas são extremamente vulneráveis a serem separadas de suas famílias, exploradas e traficadas. Eles precisam que os governos da região intensifiquem e implementem medidas para mantê-los seguros”, acrescentou.
Segundo a Unicef, cerca de 500 crianças desacompanhadas foram identificadas na travessia da Ucrânia para a Romênia entre 24 de fevereiro a 17 de março. “As crianças que fogem da guerra na Ucrânia precisam ser examinadas quanto à sua vulnerabilidade ao cruzarem para um país vizinho”, disse Khan.