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União gay e métodos contraceptivos podem ser revistos nos EUA

É o que defende o juiz Clarence Thomas, do Supremo norte-americano, na esteira da derrubada de lei federal que garantia o direito do aborto

atualizado

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Clarence Thomas
1 de 1 Clarence Thomas - Foto: Reprodução

O juiz Clarence Thomas (foto em destaque), decano da Suprema Corte dos Estados Unidos, defendeu que decisões sobre direitos ao acesso à contracepção, relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo e casamento entre pessoas do mesmo sexo sejam revistas.

O argumento ocorre vem na esteira da derrubada de uma lei federal que garantia o direito das mulheres a abortarem legalmente no país. A medida estava em vigor há 49 anos e foi suspensa nesta sexta-feira (24/6). A anulação teve 6 votos a favor e 3 contra.

A sugestão do juiz mais antigo da corte afirma que os juízes “deveriam reconsiderar todos os precedentes substantivos do devido processo desta Corte, incluindo Griswold , Lawrence e Obergefell ” – referindo-se a três casos relacionados com privacidade fundamental, devido processo legal e direitos de proteção iguais.

A Corte derrubou, nesta sexta-feira (24/6), uma lei federal que garantia o direito das mulheres a abortarem legalmente no país. A medida estava em vigor há 49 anos. A anulação teve 6 votos a favor e 3 contra.

Nos estados

A mudança não proíbe o aborto no país, mas abre espaço para que cada um dos 50 estados adote vetos locais.

A Corte considerou como válida uma lei criada no estado do Mississipi, de 2018, que veta a interrupção da gravidez após a 15ª semana de gestação, mesmo em casos de estupro. Os juízes usaram este caso como oportunidade para derrubar a decisão, de 1973, conhecida como Roe vs. Wade, que liberou o procedimento no país.

Nos anos 1970, os juízes haviam relacionado o aborto com o direito à privacidade, ao considerarem que os governos não poderiam interferir em uma escolha de foro íntimo da mulher —a de manter ou não uma gestação. O direito à privacidade é garantido por duas emendas à Constituição dos EUA, a 9ª e a 14ª.

Já nesta sexta, a maioria dos magistrados adotou posição oposta e considerou que relacionar o procedimento com o direito à privacidade não faz sentido.

A decisão vazou em maio. Na prática, ela representa uma vitória para o partido Republicano e as alas conservadoras e religiosas do país, que queriam proibir a interrupção legal da gravidez.

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