União Europeia não reconhece vitória de Maduro: “Não tem legitimidade”
Chefe de política externa da União Europeia cravou: “Não há contagens nem verificações, e tememos que nunca haverá nenhuma”
atualizado
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Josep Borrel, chefe de política externa da União Europeia, afirmou que os membros perderam esperança de Nicolás Maduro apresentar as atas eleitorais que comprovem a vitória contra Edmundo Gonzáles na eleição da Venezuela.
“O Conselho Europeu decidiu que Maduro não tem legitimidade democrática como presidente”, disse Borrel.
Os ministros das Relações Exteriores da UE participaram de uma chamada de vídeo com o ex-diplomata e candidato da oposição Edmundo González que foi dado como perdedor da eleição venezuelana no dia 28 de julho.
“Como não há contagens nem verificações, e tememos que nunca haverá nenhuma, não podemos aceitar a legitimidade de Maduro como presidente eleito da Venezuela. Ele continuará sendo presidente de fato, mas negamos a legitimidade democrática com base em resultados que não podem ser verificados”, reforçou Josep Borrell.
União Europeia reconhece resultado anunciado por oposição
Apesar de a UE não ter reconhecido González como presidente eleito, Borrel afirmou que acreditava nos resultados apresentados pelos opositores que colocavam Edmundo na presidência, pois a oposição, segundo ele, “obteve forte apoio… apoio muito maior do que o obtido por Maduro”.
Desde que a reeleição de Maduro foi anunciada, as tensões internas na Venezuela com manifestações e prisões arbitrárias não param de crescer. Nessa quinta-feira (29/8) não foi diferente, após o o Ministério Público do país convocar pela terceira vez González sob a ameaça de prisão.
Inclusive, a líder da oposição María Corina Machado, alegou temer que a casa de González fosse invadida pelas forças de segurança “nas próximas horas”.
Borrell destacou que a UE pede que o governo de Maduro ponha “fim à repressão e respeitar a dignidade, a liberdade e os direitos da oposição, começando por Edmundo González, María Corina Machado, todos os membros da oposição, sociedade civil e jornalistas. Os presos políticos têm de ser libertados”.