Além dos EUA, União Europeia pressiona Israel por cessar-fogo em Gaza
Em meio à ofensiva de Israel em Gaza, a maioria da União Europeia e os Estados Unidos pedem um cessar-fogo no conflito que já dura 137 dias
atualizado
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A pressão internacional sobre Israel aumentou em meio à ameaça de uma operação terrestre em Rafah, o último refúgio de palestinos na Faixa de Gaza. Na segunda-feira (19/2), a maioria da União Europeia (UE) apelou por um cessar-fogo na região e uma pausa humanitária no enclave que vive seu 137º dia de guerra.
De acordo com o alto representante do bloco para Política Externa, Josep Borrell, 26 dos 27 países-membros aprovaram a declaração que pediu “uma pausa humanitária imediata que levaria a um cessar-fogo sustentável, à libertação incondicional de reféns e à prestação de assistência humanitária” em Gaza.
Apenas a Hungria foi contrária ao texto.
Além disso, o bloco europeu instou Israel a não avançar no plano de iniciar uma incursão militar em Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, afirmando que uma operação na região agravaria ainda mais a situação “humanitária já catastrófica” no enclave.
O apelo acontece no mesmo dia em que o governo de Benjamin Netanyahu ameaçou invadir a cidade caso o Hamas não liberte os reféns sequestrados antes do início do Ramadã, o mês sagrado para os muçulmanos, que se inicia no próximo dia 10 de março.
Ao lado da União Europeia, EUA também propõe cessar-fogo
Além da declaração dos europeus, os Estados Unidos devem apresentar uma proposta de cessar-fogo entre Israel e Hamas no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Esta é a primeira vez que o principal aliado de Israel propõe uma resolução na ONU pedindo uma pausa no conflito na Faixa de Gaza.
Segundo o documento, obtido pela Al Jazeera, Washington deseja uma interrupção “assim que for possível” na guerra, e ainda se mostra contrário a uma invasão em Rafah.
Ainda não há informações se o texto será votado na reunião do Conselho de Segurança da ONU, prevista para acontecer nesta terça-feira às 12h (horário de Brasília).
Apesar de abrir uma brecha para o governo israelense, não exigindo uma pausa imediata, a iniciativa mostra uma mudança de postura dos EUA em relação ao conflito.
Ao todo, o conselho é composto por cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) e outros 10 rotativos. Para uma proposta ser adotada, nove dos 15 países que compõem o órgão precisam ser favoráveis. Contudo, basta o voto contrário de um membro permanente para derrubar o texto.