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Uganda: ditador prende escritor por ter chamado seu filho de obeso

Defesa do romancista Kakwenza Rukirabashaija alega que ele foi torturado sob custódia e que teria urinado sangue

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Reprodução/Twitter
Kakwenza Rukirabashaija, escritor ugandense
1 de 1 Kakwenza Rukirabashaija, escritor ugandense - Foto: Reprodução/Twitter

O escritor Kakwenza Rukirabashaija (foto em destaque), de Uganda, na África, recebeu acusações formais de “comunicação ofensiva” nesta terça-feira (11/1). O autor é crítico do ditador Yoweri Museveni e, entre os crimes supostamente cometidos, foi acusado de alegar que o chefe de Estado fraudou as últimas eleições e chamar o filho dele de “obeso”.

Rukirabashaija teve sua casa invadida durante uma operação militar e está detido desde o dia 28 de dezembro. Segundo o jornal Reuters, a defesa do romancista alega que ele foi torturado sob custódia e que teria urinado sangue.

A polícia e os militares não responderam às alegações feitas pelo advogado do escritor.

A acusação cita os tuítes do autor de dezembro, em que criticavam Museveni e seu filho, Muhoozi Kainerubaga, que também é general e comandante das forças terrestres nas Forças Armadas do país.

Na acusação, o Twitter do romancista teria sido usado “intencionalmente e repetidamente […] para perturbar a paz de sua excelência, o presidente Yoweri Kaguta Museveni, sem propósito de comunicação legítima”.

Kakwenza Rukirabashaija deve ser levado ao tribunal novamente no dia 21 de janeiro.

O escritor é responsável pela autoria de vários livros. Sua obra mais famosa, The Greedy Barbarian (O Bárbaro Ganancioso, em tradução livre), ganhou o Prêmio Internacional PEN/Pinter de Escritor de Coragem em 2021.

O romance aborda a temática de corrupção e ganância e foi amplamente interpretado no país como uma referência à vida de Museveni. Em abril de 2020, o autor foi preso e questionado sobre a referência.

Sua detenção foi abafada e as alegações de tortura atraíram críticas e pressões de ativistas locais e diplomatas internacionais e defensores de direitos para libertá-lo.

Eamon Gilmore, representante especial da UE para os direitos humano, utilizou seu Twitter para pedir às autoridades do país “para defender o estado de direito e o devido processo”.

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