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Ucrânia: Zelensky denuncia ataque russo “desumano” no Natal

Kremlin lançou dezenas de mísseis e drones durante a madrugada. “Putin escolheu deliberadamente o dia de Natal para atacar”, diz Zelensky

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UNICEF/Aleksey Filippov
Imagem colorida dos destroços na Ucrânia - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida dos destroços na Ucrânia - Metrópoles - Foto: UNICEF/Aleksey Filippov

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, condenou nessa quarta-feira (25/12) o que chamou de ataque “desumano” lançado pela da Rússia contra instalações de energia do país no feriado de Natal.

Os alarmes antiaéreos foram acionados no território ucraniano às 5h30 no horário local (0h30 em Brasília). Pouco depois, a Força Aérea informou que a Rússia havia lançado mísseis de cruzeiro Kalibr a partir do Mar Negro.

“(O presidente russo, Vladimir) Putin escolheu deliberadamente o dia de Natal para atacar. O que poderia ser mais desumano? Mais de 70 mísseis, incluindo mísseis balísticos, e mais de 100 drones de ataque. O alvo é nosso sistema de energia”, declarou Zelensky.

Moscou confirmou o ataque e disse mais arde que seu objetivo havia sido alcançado.

Ao menos uma pessoa morreu e seis ficaram feridas, informaram as autoridades ucranianas.

Os ataques acontecem no dia 25 de dezembro, quando a Ucrânia celebra, pela segunda vez em sua história moderna, o Natal, assim como os países ocidentais, e não em 7 de janeiro, como no calendário juliano seguido pela Igreja Ortodoxa Russa.

A mudança da data do Natal foi oficializada em 2023 por uma lei promulgada pelo presidente Zelensky, num ato de desafio à Rússia.

O chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sibiga, afirmou que um míssil russo “passou pelos espaços aéreos da Moldávia e da Romênia, o que lembra que a Rússia não ameaça apenas a Ucrânia”.

A Romênia, no entanto, afirmou que não detectou nenhum míssil em seu espaço aéreo.

“Mais de 50 mísseis”

O ataque russo é o 13º em larga escala contra o sistema de energia ucraniano desde o início do ano, o mais recente da campanha russa contra a rede durante o inverno do hemisfério norte.

Zelensky destacou que “mais de 50 mísseis” e alguns drones foram abatidos, mas outros projéteis provocaram cortes de energia em várias regiões do país.

A empresa ucraniana de energia DTEK informou que o ataque provocou graves danos aos equipamentos de suas centrais térmicas.

“Privar de luz e calor milhões de pessoas pacíficas que celebram o Natal é um ato depravado e maligno ao qual temos que responder”, afirmou na rede social X o diretor geral da DTEK, Maxim Timchenko, que pediu aos aliados de Kiev mais recursos de defesa.

“Sete bombardeios”

As autoridades de Kharkiv, a segunda maior cidade do país, perto da fronteira com a Rússia, relataram “pelo menos sete bombardeios” na localidade. Seis pessoas ficaram feridas, informou o governador da região, Oleg Sinegubov, no Telegram.

O ataque também atingiu a região de Dnipropetrovsk, no centro-leste. O governador Sergii Lisak afirmou que uma pessoa morreu no bombardeio.

“A manhã de Natal volta a mostrar que nada é sagrado para o país agressor”, disse Svitlana Onishchuk, governadora da região de Ivano-Frankivsk, que ficou parcialmente sem energia elétrica.

Na região de Poltava, centro do país, as autoridades também relataram danos nas instalações de energia.

“O inimigo executa mais uma vez um ataque maciço contra o setor de energia”, escreveu o ministro da Energia da Ucrânia, German Galushchenko, no Telegram. Ele acrescentou que as autoridades estão adotando “as medidas necessárias para limitar o consumo, com o objetivo de minimizar as consequências negativas para o sistema”.

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