Ucrânia vive horror após represália da Rússia em sábado sangrento
Os ataques deste sábado (16/4) se concentraram em Kiev, Lviv e Kharviv. Mariupol está em colapso
atualizado
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A Ucrânia vive sábado (16/4) sangrento. A represália russa matou ao menos cinco pessoas e deixou centenas de feridos. Os ataques se concentraram em Kiev, Lviv e Kharviv. No litoral, Mariupol está em colapso. Pressionando pela rendição de militares na cidade portuária, o líder separatista pró-Rússia de Donetsk, Denis Pushilin, ameaçou “eliminar” todos os soldados caso continuem impedindo o avanço das tropas russas.
O dia de horror repercutiu no mundo inteiro: a crise diplomática aumentou entre russos e o Reino Unido e a Ucrânia pressiona, ainda mais, a União Europeia pelo envio de armas.
Alerta máximo
A tensão no Leste Europeu voltou a subir após ao menos três ataques ucranianos contra território inimigo. A escalada da violência também é influenciada pelo naufrágio do navio militar Moskva, maior embarcação de guerra russa no Mar Morto.
Sirenes de alerta, principal aviso de risco de bombardeio, foram acionadas em diversas cidades, entre elas Kiev, a capital, Lviv e Mykolayv. Mariupol tem a situação mais dramática. Sitiada há mais de 40 dias, a Rússia tomou o controle de todas as áreas urbanas. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em entrevista ao portal de notícias Ukrainska Pravda, classificou a situação na cidade como “muito difícil”.
“Nossos soldados estão bloqueados, os feridos estão bloqueados. Há uma crise humanitária… No entanto, eles estão se defendendo”, frisou.
A Ucrânia estima que entre 2,5 mil e 3 mil soldados ucranianos morreram e cerca de 10 mil ficaram feridos desde o início da guerra. As informações são presidente do país, Volodymyr Zelensky, em uma entrevista ao canal de notícias CNN Internacional.
Durante homilia no sábado de Páscoa no Vaticano, o papa Francisco condenou “a escuridão e a crueldade da guerra”. Francisco disse que suas orações estavam “por todos aqueles que sofrem” e pediu “gestos de paz nestes dias marcados pelo horror da guerra”.
Diplomacia em crise
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou a proibição da entrada do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e de altos funcionários do governo britânico no país.
Segundo comunicado do Kremlin, a medida é uma resposta às sanções impostas aos russos em razão da guerra na Ucrânia. O premiê britânico é um dos principais apoiadores do país invadido desde o início dos ataques, em fevereiro.
Após a sanção diplomática, o governo do Reino Unido disse: “Continuamos resolutos em nosso apoio à Ucrânia”.
Pedido de armas
O governo da Ucrânia voltou a pedir armas à Europa após a Rússia aumentar os ataques. O apelo veio em tom de urgência.
“A Ucrânia pede armas à Europa. As armas demoram muito para chegar. A democracia não vai ganhar jogando este jogo. Ucrânia precisa de armas. Não em um mês. Agora”, frisou o conselheiro presidencial, Mykhailo Podolyak, em mensagens publicadas no Twitter.