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Ucrânia vai decretar estado de emergência e pede mais sanções à Rússia

Volodymyr Zelensky, ao vivo de Kiev, fez apelos à comunidade internacional e solicitou ajuda para evitar um conflito com a Rússia

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Ukrainian President Volodymyr Zelensky visits border troops in Donetsk
1 de 1 Ukrainian President Volodymyr Zelensky visits border troops in Donetsk - Foto: Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu Agency via Getty Images

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (foto em destaque), reclamou da presença militar russa em territórios separatistas e pediu apoio da comunidade internacional para evitar uma invasão russa.

Além disso, Zelensky solicitou que o parlamento ucraniano aprove um decreto de estado de emergência válido por 30 dias. O governo passou a permitir que civis portem armas. É mais uma medida diante da tensão geopolítica no Leste Europeu.

Nesta quarta-feira (23/2), ao vivo de Kiev, capital ucraniana, Zelensky alertou sobre os riscos de um conflito entre a Rússia e a Ucrânia, os quais ameaçam toda a Europa. O presidente ucraniano requer mais sanções contra os russos.

Zelensky criticou o presidente Vladimir Putin, que, segundo ele, está se escondendo atrás de separatistas de Donetsk e Luhansk.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra

Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Em meio à troca de acusações, os Estados Unidos dizem que há uma ameaça "iminente" de Moscou a Kiev e enviaram mais de 8 mil soldados para a Europa Oriental

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Putin reconheceu oficialmente a independência de duas regiões da Ucrânia controladas por separatistas pró-Rússia. Poucas horas depois, anunciou o envio de soldados para Donetsk e Luhansk, com a suposta missão de pacificar a área

Alexei NikolskyTASS via Getty Images)
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Como resposta, a União Europeia e os Estados Unidos proibiram transações econômicas com bancos e entidades que financiam o aparato militar da Rússia. As medidas atingem políticos russos, bancos, o setor de defesa e de mercados de capitais

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O Ministério das Relações Exteriores russo informou que evacuou os últimos diplomatas em serviço no país vizinho. Para a chancelaria de Putin, os diplomatas russos correm risco de sofrer violência

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Sob risco de invasão, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, pediu mais armas aos países do Ocidente. Ele defendeu que essa seria uma forma de resistir contra a Rússia

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“Temos confiança de que o futuro e a segurança da Ucrânia e da Europa estão sendo discutidos agora. É muito importante garantir ações dos monitores europeus de segurança”, afirmou.

Com a escala da tensão no Leste Europeu, o líder ucraniano pediu apoio da comunidade internacional e citou nominalmente “esforços da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)“.

Zelensky se reúne com líderes da Polônia e da Lituânia nesta quarta-feira para discutir formas de diminuir riscos de uma invasão russa.

À medida que a tensão aumenta na região, a Ucrânia pede ajuda internacional. Na terça-feira (22/2), o país solicitou mais armas aos países do Ocidente. Além disso, convocou militares reservistas.

Crise em escalada

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos.

Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Nos últimos dias, a crise aumentou. A Rússia enviou soldados para a fronteira com a Ucrânia, reconheceu duas regiões separatistas ucranianas como repúblicas independentes e tem intensificado as atividades militares. A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014, quando anexou a Crimeia ao seu território.

Comunidade internacional em alerta

Nesta terça, uma série de declarações de lideranças mundiais deu a dimensão do patamar que a crise no Leste Europeu está atingindo.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, fez um alerta sobre a possibilidade iminente de um ataque russo à Ucrânia.

Stoltenberg pediu calma e defendeu uma solução diplomática. “Nunca é tarde para não atacar. Pedimos à Rússia que recue, desescale militares e se esforce diplomaticamente”, salientou.

Arsenal nuclear

Minutos depois da declaração, Putin se defendeu. Em entrevista no Kremlin, sede do governo russo, o líder nacional voltou a sustentar que a Ucrânia oferece risco a Moscou por ter “grande arsenal de armas nucleares”. Ele repetiu que os vizinhos têm usinas nucleares e podem enriquecer urânio, material básico para bombas atômicas.

“A Ucrânia, desde a época soviética, possui grande força nuclear, como usinas. O que falta para eles é somente um sistema de enriquecimento de urânio. Para a Ucrânia, isso é um problema simples. Para nós, é uma ameaça estratégica”, frisou Putin.

Sanções

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que o continente está preparado para aplicar sanções econômicas contra a Rússia e as regiões separatistas da Ucrânia. Essa é mais uma tentativa de evitar um embate no Leste Europeu.

“É inaceitável o que a Rússia está fazendo. Fere a soberania internacional e da Ucrânia. Estamos unidos para punir a Rússia. Essa é uma resposta para as atitudes do Kremlin”, alertou.

Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido anunciaram restrições econômicas contra Putin. Na prática, essa é uma tentativa de isolar o presidente russo, de forma que ele fique sem condições de realizar um ataque.

A Ucrânia pediu mais armas aos países do Ocidente, sob o argumento de defesa contra a Rússia. Além disso, convocou militares reservistas.

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