Ucrânia vai decretar estado de emergência e pede mais sanções à Rússia
Volodymyr Zelensky, ao vivo de Kiev, fez apelos à comunidade internacional e solicitou ajuda para evitar um conflito com a Rússia
atualizado
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (foto em destaque), reclamou da presença militar russa em territórios separatistas e pediu apoio da comunidade internacional para evitar uma invasão russa.
Além disso, Zelensky solicitou que o parlamento ucraniano aprove um decreto de estado de emergência válido por 30 dias. O governo passou a permitir que civis portem armas. É mais uma medida diante da tensão geopolítica no Leste Europeu.
Nesta quarta-feira (23/2), ao vivo de Kiev, capital ucraniana, Zelensky alertou sobre os riscos de um conflito entre a Rússia e a Ucrânia, os quais ameaçam toda a Europa. O presidente ucraniano requer mais sanções contra os russos.
Zelensky criticou o presidente Vladimir Putin, que, segundo ele, está se escondendo atrás de separatistas de Donetsk e Luhansk.
“Temos confiança de que o futuro e a segurança da Ucrânia e da Europa estão sendo discutidos agora. É muito importante garantir ações dos monitores europeus de segurança”, afirmou.
Com a escala da tensão no Leste Europeu, o líder ucraniano pediu apoio da comunidade internacional e citou nominalmente “esforços da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)“.
Zelensky se reúne com líderes da Polônia e da Lituânia nesta quarta-feira para discutir formas de diminuir riscos de uma invasão russa.
À medida que a tensão aumenta na região, a Ucrânia pede ajuda internacional. Na terça-feira (22/2), o país solicitou mais armas aos países do Ocidente. Além disso, convocou militares reservistas.
Crise em escalada
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
Nos últimos dias, a crise aumentou. A Rússia enviou soldados para a fronteira com a Ucrânia, reconheceu duas regiões separatistas ucranianas como repúblicas independentes e tem intensificado as atividades militares. A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014, quando anexou a Crimeia ao seu território.
Comunidade internacional em alerta
Nesta terça, uma série de declarações de lideranças mundiais deu a dimensão do patamar que a crise no Leste Europeu está atingindo.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, fez um alerta sobre a possibilidade iminente de um ataque russo à Ucrânia.
Stoltenberg pediu calma e defendeu uma solução diplomática. “Nunca é tarde para não atacar. Pedimos à Rússia que recue, desescale militares e se esforce diplomaticamente”, salientou.
Arsenal nuclear
Minutos depois da declaração, Putin se defendeu. Em entrevista no Kremlin, sede do governo russo, o líder nacional voltou a sustentar que a Ucrânia oferece risco a Moscou por ter “grande arsenal de armas nucleares”. Ele repetiu que os vizinhos têm usinas nucleares e podem enriquecer urânio, material básico para bombas atômicas.
“A Ucrânia, desde a época soviética, possui grande força nuclear, como usinas. O que falta para eles é somente um sistema de enriquecimento de urânio. Para a Ucrânia, isso é um problema simples. Para nós, é uma ameaça estratégica”, frisou Putin.
Sanções
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que o continente está preparado para aplicar sanções econômicas contra a Rússia e as regiões separatistas da Ucrânia. Essa é mais uma tentativa de evitar um embate no Leste Europeu.
“É inaceitável o que a Rússia está fazendo. Fere a soberania internacional e da Ucrânia. Estamos unidos para punir a Rússia. Essa é uma resposta para as atitudes do Kremlin”, alertou.
Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido anunciaram restrições econômicas contra Putin. Na prática, essa é uma tentativa de isolar o presidente russo, de forma que ele fique sem condições de realizar um ataque.
A Ucrânia pediu mais armas aos países do Ocidente, sob o argumento de defesa contra a Rússia. Além disso, convocou militares reservistas.