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Ucrânia: outros 48 soldados russos serão julgados por crimes de guerra

Após primeira condenação desde o início da guerra, procuradora-geral da Ucrânia anuncia que mais 48 militares devem passar por julgamento

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Soldados e policiais ucranianos examinam área em chamas após missíl russo ser atingir parte residencial da cidade de Kiev - Metrópoles
1 de 1 Soldados e policiais ucranianos examinam área em chamas após missíl russo ser atingir parte residencial da cidade de Kiev - Metrópoles - Foto: Matthew Hatcher/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, afirmou que mais 48 soldados russos serão julgados por crimes de guerra. Nesta segunda-feira (23/5), o sargento russo Vadim Shishimarin, de 21 anos, foi condenado à prisão perpétua após atirar e matar um civil ucraniano. É a primeira condenação desde o início do conflito.

A declaração foi dada durante participação da procuradora-geral no Fórum Econômico Mundial, em Davos. “Já identificamos cerca de 13 mil casos relacionados apenas a crimes de guerra. Nesta categoria, foram relatadas suspeitas de aproximadamente 49 indivíduos, que começamos a processar por crimes de guerra.”

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De 1992 até 1995, a guerra pela independência da Bósnia, envolvendo grupos étnicos que existiam na região, deixou cerca de 200 mil mortos e cidades destruídas. O conflito também ficou conhecido pela remoção da população bósnia-muçulmana do país
Após declarar independência, em 1991, a Chechênia foi atacada pela Rússia, que não aceitou a decisão do Estado. Apesar da tentativa, o exército do país de Putin não obteve êxito e foi derrotado pelos chechenos
O conflito, no entanto, se arrastou até 1996 e deixou o saldo de aproximadamente 46 mil pessoas mortas, cidades completamente destruídas e milhares de pessoas desabrigadas. Até hoje a violência dos russos durante a Primeira Guerra da Chechênia chama atenção. Além das centenas de assassinatos, tropas russas estupraram, mutilaram e torturaram os chechenos
Em 1999, Kosovo entrou em guerra com a Iugoslávia pela independência. Sob o comando do presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, que não aceitava perder a província, forças sérvias atacaram o povo kosovar e cerca de 2 mil pessoas foram mortas. A guerra do Kosovo foi o primeiro conflito armado envolvendo a OTAN e foi a maior crise humanitária ocorrida na Europa desde o fim da 2ª Guerra Mundial
Em 1999, após a Chechênia explodir um edifício russo, Putin mandou que tropas atacassem a capital de sua ex-república. A partir daí, os dois países declararam guerra. Mais de 40 mil pessoas morreram durante a 2ª Guerra da Chechênia, que foi considerada uma das mais brutais
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A invasão da Rússia ao território ucraniano --possibilitando, segundo a Otan, o maior conflito armado na Europa desde a 2ª Guerra Mundial --trouxe, naturalmente, comparações com conflitos anteriores. Lembre os principais

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De 1992 até 1995, a guerra pela independência da Bósnia, envolvendo grupos étnicos que existiam na região, deixou cerca de 200 mil mortos e cidades destruídas. O conflito também ficou conhecido pela remoção da população bósnia-muçulmana do país

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Após declarar independência, em 1991, a Chechênia foi atacada pela Rússia, que não aceitou a decisão do Estado. Apesar da tentativa, o exército do país de Putin não obteve êxito e foi derrotado pelos chechenos

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O conflito, no entanto, se arrastou até 1996 e deixou o saldo de aproximadamente 46 mil pessoas mortas, cidades completamente destruídas e milhares de pessoas desabrigadas. Até hoje a violência dos russos durante a Primeira Guerra da Chechênia chama atenção. Além das centenas de assassinatos, tropas russas estupraram, mutilaram e torturaram os chechenos

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Em 1999, Kosovo entrou em guerra com a Iugoslávia pela independência. Sob o comando do presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, que não aceitava perder a província, forças sérvias atacaram o povo kosovar e cerca de 2 mil pessoas foram mortas. A guerra do Kosovo foi o primeiro conflito armado envolvendo a OTAN e foi a maior crise humanitária ocorrida na Europa desde o fim da 2ª Guerra Mundial

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Em 1999, após a Chechênia explodir um edifício russo, Putin mandou que tropas atacassem a capital de sua ex-república. A partir daí, os dois países declararam guerra. Mais de 40 mil pessoas morreram durante a 2ª Guerra da Chechênia, que foi considerada uma das mais brutais

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Conhecido como Guerra Russo-Georgiana, o conflito deixou mais de 800 pessoas mortas e, após a guerra, a Rússia reconheceu a independência de dois territórios separatistas da Geórgia

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Recentemente, a relação conturbada entre Rússia e Ucrânia tem deixado o mundo em alerta. O conflito entre os países, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, o contexto histórico relacionado ao século 19 pode explicar a situação

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho e evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Após a Ucrânia não ceder às exigências de Putin, que incluem a não entrada do país na Otan, a Rússia invadiu o território ucraniano

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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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De acordo com Venediktova, o governo ucraniano elencou, em uma lista, aproximadamente 600 suspeitos envolvidos em crimes de guerra. Dois casos com três réus já estão em julgamento.

A autoridade ucraniana ressaltou ainda que a grande quantidade de denúncias contra a Rússia sugerem tolerância ou encorajamento de crimes de guerra contra a população ucraniana.

“Populações e bens civis – incluindo hospitais, instalações educacionais e edifícios residenciais – são alvo de uma forma generalizada e sistemática”, frisou Venediktova.

Até o momento, cerca de 4,6 mil civis morreram em razão do conflito armado entre Rússia e Ucrânia. Segundo a procuradora-geral, o número real pode ser ainda maior.

Primeira condenação

O sargento russo Vadim Shishimarin, de 21 anos, foi condenado nesta segunda-feira (23/5) à prisão perpétua após atirar e matar um civil ucraniano. A condenação é a primeira considerada como crime de guerra a ser julgado na Ucrânia desde o início do conflito com a Rússia, que completa três meses nesta semana.

Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da Ucrânia, Shishimarin estava em um carro quando atirou contra um cidadão ucraniano de 62 anos que andava por uma rua de Kiev, capital do país, em 28 de fevereiro.

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