Ucrânia lembra 30 anos do desastre nuclear de Chernobyl
A explosão inicial do reator matou ao menos 30 pessoas e expôs milhões a um nível perigoso de radiação. O número de mortos varia entre os 9 mil estimados pela OMS e os 90 mil calculados pelo Greenpeace
atualizado
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Com flores, velas e lágrimas, a Ucrânia marca nesta terça-feira o 30º aniversário da explosão de um reator da usina de Chernobyl, no pior desastre nuclear da história. Vários sobreviventes disseram que o caos daquele período ficou marcado na memória para sempre.
Na localidade ucraniana de Slavutych, onde foram realocados muitos dos ex-funcionários da usina nuclear, foi realizada uma vigília à meia-noite da segunda-feira (25/4) e há mais cerimônias previstas para esta terça-feira. Cerca de 600 mil pessoas foram enviadas para lutar contra o fogo e limpar a pior parte da contaminação na usina. A explosão inicial do reator matou ao menos 30 pessoas e expôs milhões a um nível perigoso de radiação.
O número final de mortos é alvo de controvérsia, já que é difícil calcular exatamente quantos foram os afetados no longo prazo pela radiação. O número de mortos varia, porém, desde os 9 mil estimados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) até os 90 mil calculados pelo grupo ambientalista Greenpeace.
Emoção
Trinta anos depois, muitos não conseguiram conter as lágrimas ao levar flores e velas a um monumento dedicado aos trabalhadores mortos na explosão. Alguns dos sobreviventes vestiram batas e capas brancas para a cerimônia, traje igual ao usado após o desastre. Andry Veprev, que trabalhou na usina durante 14 anos e ajudou a limpar a contaminação, disse que as lembranças da crise de 1986 seguem vivas. “Estou orgulhoso daqueles homens que estiveram aqui comigo e que agora já não estão aqui”, comentou.
Nesta terça-feira, há atos para lembrar o desastre na parte externa das centrais elétricas de Chernobyl e também na Bielo-Rússia e na Rússia, nações vizinhas também afetadas pela tragédia. O presidente russo, Vladimir Putin, disse em mensagem aos que trabalharam para limpar o local após a explosão que o desastre foi “uma grave lição para toda a humanidade”.