Ucrânia: guerra fez 3 milhões de pessoas fugirem; 1,4 mi são crianças
A prefeitura de Mariupol, cidade sitiada no sudeste da Ucrânia, informou que mais 2 mil carros com moradores conseguiram fugir
atualizado
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O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU), calcula que 3 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia, sendo 1,4 milhão de crianças, ou seja 45% do total.
Essa tem sido considerada a maior crise humanitária da história recente. O número de refugiados pode mais do que dobrar e ultrapassar 5 milhões de pessoas.
A prefeitura de Mariupol, cidade sitiada no sudeste da Ucrânia, informou que mais 2 mil carros com moradores conseguiram fugir nesta terça-feira (15/3).
Na segunda-feira (14/3), pela primeira vez em 11 dias, o primeiro comboio deixou a cidade, após Rússia e Ucrânia iniciarem conversas sobre um possível cessar-fogo.
Desde que foi invadida por tropas russas, Mariupol ficou sitiada, com muitos relatos de falta de comida e de energia em meio a uma onda de frio extremo.
Kiev em colapso
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lamentou a situação de Kiev, capital ucraniana e coração do poder. A cidade vive o segundo dia de bombardeios massivos. Civis estão na mira dos ataques.
Nesta terça-feira (15/3), em pronunciamento gravado, Zelensky fez um alerta categórico. “Russos consideram como meta principal conquistar Kiev”, frisou.
Com risco extremo, o prefeito de Kiev, Wladimir Klitschko, decretou um toque de recolher de 35 horas na cidade coração do poder. A medida vai valer a partir da noite desta terça-feira até a quinta-feira (17/3). Ao menos cinco pessoas morreram nesta manhã na cidade.
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Os primeiros-ministros da Polônia, Mateusz Morawiecki; da República Tcheca, Petr Fiala; e da Eslovênia, Janez Janša; viajaram para Kiev nesta terça-feira.
A visita é uma sinalização de apoio à Ucrânia por parte da União Europeia. Eles são os primeiros líderes que visitam a capital ucraniana desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro.
No segundo dia consecutivo com ataques a prédios residenciais em Kiev, mais duas pessoas morreram após bombardeio russo, nesta terça-feira. De acordo com o serviço de emergência da Ucrânia, 46 pessoas tiveram de ser resgatadas.
Militares na fronteira
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) confirmou que 40 mil soldados estão na fronteira da Ucrânia. Esta é a primeira vez que a entidade militar liderada pelos Estados Unidos divulga o efetivo no Leste Europeu.
Nesta segunda-feira (15/3), em entrevista transmitida ao vivo de Bruxelas, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, fez alertas importantes sobre o recrudescimento da guerra, que completa 20 dias.
A maior preocupação é o uso de armas químicas e nucleares pelo Exército russo. Além da Otan, os Estados Unidos e o Reino Unido acusam a Rússia de planejar esse tipo de ataque.
Stoltenberg reafirmou o compromisso de defender os países aliados e as nações amigas do grupo. “Nossa principal responsabilidade é defender nossos aliados da Otan. A Rússia sabe disso. Os aliados estão de olho”, frisou.
Ele completou. “Nos preocupa que de fato estejam planejando isso [uso de armas químicas e nucleares]. Qualquer uso de armas químicas será violação do direito internacional”, concluiu.
Negociações
Sob fortes bombardeios, representantes dos presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, voltam a debater condições para a paz entre os países, mesmo que momentaneamente.
A negociação de um cessar-fogo será retomada após o encontro de segunda-feira (14/3) acabar com uma “pausa técnica”. Um formalismo que significa falta de concordância político-diplomática.