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Ucrânia fala em “grandes perdas” à Rússia se cessar-fogo não progredir

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a defender um acordo de paz com a Rússia para pôr fim ao conflito que assola o país

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Membros de separatistas pró-russos patrulham Donetsk, Ucrânia, controlada por separatistas pró-russos
1 de 1 Membros de separatistas pró-russos patrulham Donetsk, Ucrânia, controlada por separatistas pró-russos - Foto: Stringer/Anadolu Agency via Getty Images

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a defender um acordo de paz com a Rússia para pôr fim ao conflito que assola o país.

Na noite desta sexta-feira (18/3), em pronunciamento gravado, Zelensky falou em “grandes perdas” para o Kremlin, sede do governo russo, se o cessar-fogo não prosperar.

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“Negociações significativas sobre segurança e paz para a Ucrânia são a única maneira como a Rússia pode reduzir os danos de seus próprios erros”, iniciou.

Zelensky frisou: “É hora de nos encontrarmos. É hora de conversar. É hora de reinstalar a integridade territorial da Ucrânia. Caso contrário, as perdas da Rússia serão tão grandes que será preciso várias gerações para voltar a crescer”.

Pelo menos 9 mil civis fugiram da Ucrânia nesta sexta-feira. Os bombardeios atingiram Lviv, no oeste do país, e mostram como as tropas russas estão avançando.

Sinalização de paz

A Rússia fez a primeira sinalização formal de que um acordo de cessar-fogo pode ocorrer em breve. A guerra, iniciada em 24 de fevereiro, tem deixado um rastro de destruição na Ucrânia.

Nesta sexta-feira, após mais uma rodada de negociações, o representante do governo russo, Vladimir Medinsky, admitiu que o possível pacto de paz está “no meio do caminho”.

Questões sobre a neutralidade da Ucrânia e a exigência de que o país invadido não ingresse na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) são as que estão mais alinhadas com a Rússia.

A autoridade russa disse ainda que as duas nações discutem detalhes sobre as garantias de segurança para a Ucrânia, caso ela desista de entrar na entidade militar coordenada pelos Estados Unidos, e a desmilitarização do país.

Efeitos da guerra

O medo de se tornar alvo da guerra já fez 6,5 milhões de pessoas abandonarem as próprias casas na Ucrânia. O volume equivale à população da cidade do Rio de Janeiro.

A agência de migração da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou a estimativa nesta sexta-feira (18/3) e demonstrou preocupação com o êxodo. Ao menos 3,2 milhões de pessoas deixaram o país.

Segundo a ONU, o fluxo de refugiados ucranianos avança muito mais rapidamente que os da guerra na Síria. Lá, o conflito expulsou cerca de 13 milhões de pessoas de casa, mas durante um período de anos.

Um dos exemplos do êxodo é Mariupol. Após massivos bombardeios, o governo ucraniano afirma que 80% das residências da cidade estão completamente destruídas. Somente nesta semana, 30 mil fugiram de lá. A cidade tinha, antes da guerra, quase meio milhão de habitantes.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

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