Ucrânia comemora resolução contra Rússia: “Motivos para acreditar”
Ao todo, 141 países votaram a favor da aprovação das penalidades contra os russos. A Ucrânia vive sete dias de bombardeios
atualizado
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O embaixador da Ucrânia na Organização das Nações Unidas (ONU), Sergiy Kyslytsya, comemorou a aprovação da resolução contra a Rússia pela invasão e ataques iniciados em 24 de fevereiro. Nesta quarta-feira (2/3), o diplomata ucraniano discursou no terceiro dia de sessão extraordinária da Assembleia Geral da ONU. A Ucrânia vive o sétimo dia de ataques.
“Eu acredito na ONU. O povo da Ucrânia tem mais motivos para acreditar agora. Essa foi uma mensagem importante à Rússia. Acredito que os cidadãos russos, infelizmente, ainda não têm acesso às informações. Quando souberem da tragédia, espero que terminem com a ditadura que existe no país”, comemorou. Ao todo, 141 países votaram a favor da aprovação das penalidades contra os russos.
Veja o placar da votação na ONU:
Antes da votação, ele havia criticado os bombardeios. “Os crimes da Rússia são bárbaros e difíceis de entender”, afirmou. Ele emendou. “Estamos vivendo um momento decisivo. Nossa geração deveria ser mais segura em relação a guerra. Ainda assim hoje cabe a nós salvas futuras gerações. Uma nação está enfrentando problemas desesperadores”, frisou.
O diplomata leu um texto escrito por um juiz do Tribunal Internacional Militar, em novembro de 1945, durante a 2ª Guerra Mundial.
“A guerra ela é proibida. A defesa de fazer uma guerra agressiva viola tratados. A Rússia atacou seus vizinhos para impor uma política estrangeira e impor medidas”, salientou.
A sessão emergencial foi aprovada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A movimentação político-diplomática é uma represália após uma resolução que exigia a retirada imediata das tropas russas do território ucraniano ser vetada por causa de somente um voto contra que veio justamente da Rússia.
A Assembleia Geral das Nações Unidas conta com 193 membros e não existe direito a veto.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê a possível entrada do vizinho na organização como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existem desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
A Assembleia Geral é o principal órgão deliberativo, político e representativo das Nações Unidas. Tem como principal função discutir o direito internacional. Reúne-se anualmente, entre setembro e dezembro, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque.
É função do encontro tomar medidas em casos de ameaça ou violação da paz ou ato de agressão, na eventualidade do Conselho de Segurança ficar impedido de agir devido ao voto negativo de um membro permanente — foi o que aconteceu com o veto da Rússia. Nesses casos, a Assembleia pode analisar o assunto imediatamente e recomendar medidas coletivas para manter ou restaurar a paz e segurança internacionais.