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Ucrânia anuncia retirada de tropas de missões de paz da ONU

Ao todo, 380 soldados e oito helicópteros deverão retornar à Ucrânia para lutar contra a invasão russa

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Soldados da Otan caminham juntos em meio à zona de conflito-Metrópoles
1 de 1 Soldados da Otan caminham juntos em meio à zona de conflito-Metrópoles - Foto: Getty Images

O governo da Ucrânia informou à Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quinta-feira (10/3), que decidiu retirar tropas envolvidas em missões de paz na África e na Europa para que possam se juntar à defesa do país contra a invasão russa.

No total, são 308 soldados e oito helicópteros espalhados na República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Chipre, Kosovo, Abyei e Mali. A maior contribuição é na missão Monusco, no Congo, onde há 250 soldados e todos os helicópteros.

A porta-voz da ONU Stéphane Dujarric afirmou que a organização está decidindo como as tropas ucranianas serão substituídas nas missões. Desde 1992, o país participa das operações de manutenção de paz da ONU.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Avanço russo

Dois hospitais, sendo um infantil, foram bombardeados. As informações foram divulgadas pelo governo da Ucrânia no início da tarde desta quinta-feira (10/3) – 15º dia de invasão russa.

Além disso, as autoridades de segurança ucranianas voltaram a afirmar que a Rússia está desrespeitando a trégua em rotas de fuga humanitárias, os corredores verdes.

Antes da divulgação dos relatos, um encontro entre os chefes da diplomacia russa, Sergey Lavrov, e ucraniana, Dmytro Kuleba, terminou sem acordo de cessar-fogo.

Segundo a Ucrânia, em Zhytomyr, cidade de 260 mil habitantes, bombas caíram em dois hospitais, mas ninguém ficou ferido.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que, com o bombardeio ao hospital, a Rússia “passou dos limites”, e acusou Vladimir Putin de genocídio. A Rússia atribui os ataques aos soldados ucranianos.

Na quarta-feira (9/3), um ataque atingiu uma maternidade em Mariupol. Ao todo, 17 pessoas ficaram feridas e três morreram, sendo uma criança.

 

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